Corpo do artigo
Dados concretos: a Liga portuguesa chega à última jornada e tanto o título de campeão como as descidas só se vão decidir no derradeiro suspiro. Pode-se especular o que se quiser, mas é quase como ler um livro ou ver um filme. Qualquer um de nós prefere consumir um produto de desfecho inesperado e que prenda a atenção a cada página do que saber que o final da história acontece muito antes do último capítulo. O futebol é um pouco isto. É feito de emoções, suspense, sal, açúcar, mas também de momentos azedos. Por isso, é tremendamente belo.
Este campeonato foi pautado pelo equilíbrio e também pelas fragilidades de quem mora lá em cima. O F. C. Porto está em fase de construção e sofreu o que seria expectável; o Benfica pagou a fatura de ter falhado nos momentos inesperados; o Sporting acusou a má aposta em João Pereira, porque um treinador não é apenas um criador de táticas e de conceitos de jogo. Ou seja, parte do equilíbrio da Liga nasce porque os grandes não estiveram à altura de muitos desafios.
A essência da competitividade vai depender muito da centralização dos direitos televisivos, do aumento das receitas de bilheteira e também da união entre todos. Nos Países Baixos, por exemplo, quem vai às competições europeias é obrigado a distribuir uma parte dos ganhos financeiros por todos os outros clubes para que os teoricamente mais fracos possam ser mais fortes a breve trecho. E não é à toa que os Países Baixos estão à frente de Portugal no ranking da UEFA.
*Editor