Saíram do hipermercado com a calma própria da idade. Ele empurrava o carrinho, ela ia agarrada à mão dele. Ele acomodou-a no banco da frente do carro.
Corpo do artigo
Abriu a mala. O segurança apontou para um pneu vazio e gritou "olhe". O homem ficou aflito. Pediu ajuda com o olhar. O segurança não se mexeu. O homem começou a andar em círculos. Dois jovens, 18, 19 anos, pararam a seu lado. "Alguém problema, avô?". A referência ao parentesco chamou a atenção do segurança. E do homem que apontou para o pneu. "É só isso? É pra já". E foi. Quinze minutos depois o pneu de substituição estava posto e os jovens despiam camisolas cheios de calor. O homem agradeceu repetidamente. Tirou 10 euros do bolso. Os jovens recusaram. "Leve a avó a jantar fora hoje", disseram, já a caminhar. "São seus netos?", perguntou o segurança. O homem suspirou e rematou: "Não. São boa gente. E sem farda".
*Jornalista