António Costa veio ao Porto apresentar, pela enésima vez, o projeto do TGV. Já sabemos, há mais de duas décadas, que, a concretizar-se, será possível fazer a viagem Porto-Lisboa em 75 minutos. Mas, para o Porto e a sua região, a "novidade" é que a ponte do TGV para atravessar o Douro pode ter dois tabuleiros: um ferroviário e outro rodoviário, substituindo este a ponte apresentada há mais de quatro anos pelos presidentes das câmaras do Porto e de Gaia.
Corpo do artigo
Apresentação essa que foi feita sem que os órgãos autárquicos a tivessem discutido e sem que a mesma estivesse prevista no Plano Diretor Municipal do Porto! E que, como é costume na baixa política, foi apresentada para estar pronta em 2022 e com um custo de 8 milhões de euros. Hoje, data prevista da sua inauguração, sabemos que os respetivos custos já passaram para 37 milhões de euros (valor que subirá significativamente, face ao contexto).
Por isso Rui Moreira e Eduardo Vítor acolheram de braços abertos a "prenda" do Governo. "Apenas" terão de pagar uma indemnização aos concorrentes à conceção e construção da ponte, poupam muitos milhões, atiram a responsabilidade da construção para o Governo e já sabem que, se a mesma (não) se fizer, já cá não andarão na vida autárquica......
No Porto assusta o desnorte no estruturante: ponte rodoviária com pressupostos de prazos e preços completamente desmentidos pela realidade e, agora, desistência da mesma. Metrobus do Campo Alegre aprovado, mas rapidamente passado para a Marechal Gomes da Costa na versão autocarro sem, sequer, corredor próprio. Sua extensão até à rotunda da anémona "porque sobra dinheiro". Ponte para o metro no Campo Alegre num traçado que, agora, nem Rui Moreira aprova... Brincamos?!
*Deputado municipal