Hoje toda a gente está de acordo que, face à situação que vivemos, devem ser proibidos os despejos das famílias, seja por que razão for.
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Curiosamente, em fevereiro, a vereadora Ilda Figueiredo apresentou na Câmara Municipal do Porto uma proposta de moratória para que se suspendessem os despejos de habitações municipais de famílias com crianças menores (pelo menos até ao final do ano letivo). Proposta chumbada pelos vereadores de Rui Moreira e do PSD!...
A propósito do incidente entre um navio de cruzeiros com bandeira portuguesa e um barco da Marinha venezuelana - que motivou uma nota verbal do Governo venezuelano à Embaixada portuguesa em Caracas - ouvi o ministro dos Negócios Estrangeiros dizer, e bem, que sendo o barco português privado, não havia, no caso, um problema entre estados. Mas, olhando bem para a cara de Augusto Santos Silva, não pude deixar de pensar que lhe faltou um argumento: é que, como o Governo português reconhece como presidente da Venezuela Juan Gaidó, nem devia ter ligado a uma "nota verbal" do "usurpador" Maduro. Ou será que já lhe "caiu a ficha" e entendeu que, efetivamente, é o Governo de Maduro que governa (com quem teve de dialogar face à proibição de voos da TAP para a Venezuela)? Como diria o outro, não havia necessidade de vermos em tão tristes figuras o nosso pobre ministro...
Ficou célebre a performance do presidente da Junta de Freguesia do chamado Centro Histórico do Porto no passado dia 9 de março. No jornal das 12 da SIC, como autarca, justificou o encerramento dos serviços da Junta pelo facto de o respetivo território ter um grande afluxo turístico, o que punha em causa a integridade dos funcionários da Junta. Nesse mesmo dia, mas no Jornal da Noite da mesma SIC, com o mesmo fato e gravata mas, presumo, com o "chapéu" de presidente da Associação de Bares da Zona Histórica, defendeu que não se encerrassem bares e restaurantes na zona. Porque, antes, deviam ser tomadas outras medidas preventivas... Leio agora, no JN, que o presidente da Junta leva este jornal a algumas pessoas da União de Freguesias retidas em casa. Desculpem, mas não consigo deixar de imaginar que, à noite, como presidente da Associação de Bares, talvez ande de bandeja a distribuir uns shots a gente que não pode sair...
Paulo Rangel, em reação ao meu artigo da semana passada, informa que, antes do mesmo, já tinha reagido à posição do Governo holandês. Fê-lo relativamente aos chamados coronabonds. Mas não o fez, e isso é o que eu critico, relativamente à forma repugnante como o ministro das Finanças holandês (de um partido que, tal como o seu PSD, integra o PPE) se referiu aos espanhóis e, no fundo, a Portugal. É que, como dizia um meu antigo professor, "com canalhas não se usam punhos de renda".
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