No meu último texto criticava o facto de, hoje, se apelidarem de "acessíveis" valores de rendas e de preço de habitações que, para o rendimento da esmagadora maioria das pessoas, são proibitivos.
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Criticando a Câmara do Porto por no seu site (pago por todos nós) se fazer publicidade (não paga) a empreendimentos privados destes. O texto não agradou ao vereador Ricardo Valente (RV), que aqui ripostou, lançando-me um conjunto de epítetos.
Diz RV que eu engano os leitores, porque assino os meus textos como "engenheiro", "esquecendo" a minha qualidade de autarca da CDU. Terá de falar com o JN, porque o critério não é meu, mas convenhamos que é um segredo tão escondido como o facto de Rui Moreira se recandidatar......
Diz, também, que eu sou "incoerente". Ficaria chateado se não conhecesse o que é, para RV, coerência. Alguém que, em 2013, foi eleito pelo PSD (embora dizendo que o podia ter sido pelo PS), que se converteu a Rui Moreira e que foi candidato a deputado pela IL tem tudo de coerente. Não tanto pelas cambalhotas, mas mais por, em 2013, defender as contas à moda de Gaia (e de Menezes) e, em 2016, se ter convertido às contas à moda do Porto. Com esta "coerência", prefiro bem ser "incoerente".
Mas a essência da questão são as políticas seguidas por uma Câmara que, com o argumento de que "o mercado estava a funcionar", deixou expulsar moradores do Porto para que as suas habitações se transformassem em alojamentos locais. Os mesmos que, com a crise do turismo, a Câmara se apressou a apoiar com dinheiros públicos, alugando os seus alojamentos (mesmo que só tenham 17,5 m2) com o falso argumento de que os colocaria no mercado do arrendamento "acessível". Típico dos liberais que clamam "deixem o mercado funcionar!" mas que rapidamente procuram a mama dos dinheiros públicos quando o "mercado não está a dar"...
*Engenheiro