Tenho uma gata que fecha portas. Empurra-as com as patas dianteiras e depois mia a pedir socorro.
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Eu não miei mas quase chegava ao desespero ao aperceber-me que, entretida a recolher a leitura do contador da luz, tinha ficado do lado de fora de casa, sem chave nem telemóvel, com a família ausente. Eu não miei, mas ela sim, o que me deu o motivo para a pesada porta ter batido na minha cara. A segurar o choro fui pedir ajuda à Adelaide, amiga e vizinha. Fomos procurar outra amiga que tem uma cópia da chave cá de casa. A coisa parecia torta quando vimos que ela não estava no seu domicílio e que o seu telemóvel dava ocupado. "O raio da gata...", pensei inúmeras vezes. Mas depois tudo acabou bem e quando voltei a casa era ela que me esperava, mostrando um alívio traduzido em longos miados. Há perspetivas diferentes para o estar fechado. Até os gatos sabem isso.
Jornalista