A história de duas irmãs, uma de 84 anos, outra de 91, que se defenderam de dois assaltantes, numa ourivesaria na Damaia, Amadora, vai ficar na minha memória.
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A força revelada por essas senhoras (chamar-lhes velhinhas é uma grande ofensa), na guarda do que é seu, faz ter esperança no lado combativo que vive em nós, muitas vezes adormecido. Maria Manuela e Maria Irene lutaram pelo que lhes pertencia, sem pensar em riscos e de arma apontada, contra dois homens, com uma altura de 1,80 metros, uma com um utensílio de ourivesaria, outra pisando os pés de um dos ladrões. Não evitaram que levassem joias. Nem que uma delas fosse derrubada contra o balcão, felizmente sem grandes consequências. Mas o entusiasmo com que relataram o episódio faz perceber que estas guerreiras levam a vida a pulso. Devem estar a rir-se de quem, no passado, as colocou no sexo fraco.
Jornalista