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Tenho um carro com matrícula de 2008. Se a subida do imposto único de circulação avançar poderei dizer-me sortuda porque escapei por um ano. O que faz confusão é a tentativa de camuflar a real razão do Governo para esta proposta. Diz que tem a ver com a sustentabilidade ambiental quando todos sabemos que a real razão tem a ver com os descontos nas portagens e consequentes pagamentos compensatórios a concessionárias. Ou seja, dá com uma mão e tira com outra. Fora os que compram carros clássicos, tendo dinheiro para isso, não conheço quem ande com veículos com mais de 20 anos que não por necessidade. Mesmo quando eles trazem problemas de oficina, vamos empurrando, por magreza das bolsas, a compra de outro melhor. Se fosse a sustentabilidade ambiental que estivesse realmente em causa, seria mais lógico aumentar as portagens, evitando, assim, o aumento da circulação automóvel. Seria. Mas seria injusto para quem tem no carro a única alternativa perante a falta de transportes públicos eficientes, a subida do custo de vida (onde se inclui o constante sobe e desce do preço dos combustíveis) e a ausência de aumentos salariais dignos.