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Durante o primeiro semestre, os cinco maiores bancos nacionais (?) tiveram lucros de dois mil milhões de euros (11 milhões de euros por dia!). O impulso maior para este valor decorre do facto de a Banca emprestar dinheiro com taxas elevadas e remunerar (?) miseravelmente os depósitos dos seus clientes: só este saldo teve um aumento de mil e oitocentos milhões de euros relativamente ao primeiro semestre de 2022...…
Em paralelo vemos outros títulos: “Só nos primeiros meses do ano de 2023, já recebemos quase o dobro de pedidos de apoio, comparativamente com o período homólogo”, afirmou o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa; “No primeiro trimestre de 2023, a AMI registou um aumento (...) de 53% no número de novos casos de pessoas em situação de sem-abrigo, em relação ao período homólogo de 2022”, publicou esta ONG em comunicado; “Pedidos de despejo aumentam mais de 20% [22,6%] no primeiro semestre”, titulava o “Público”.
É, assim, legítimo refletir: não pode a Banca, que com os seus desvarios provocou uma das maiores crises económicas e sociais de que há memória e que recebeu chorudas injeções de capitais públicos obtidos à custa do sacrifício forçado de todos nós, ser chamada a minorar o impacto do aumento inflacionário? Através da diminuição dos juros e, já agora, das comissões que cobram por tudo e por nada? Creio que a resposta é evidente. Mas, infelizmente, o PS e os partidos da Direita, que tanto se (nos) entretêm em guerras de alecrim e manjerona, nisto estão de acordo: os lucros (mesmo que pornográficos) da Banca são sagrados... As condições de vida dos portugueses, essas são “negociáveis”...…