Há coisas que me metem medo na estrada. Mas apesar do desconforto, esse medo traz mais atenção e espicaça o instinto.
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Não gosto de estar em filas entre camiões, de estar atrás de carrinhas de caixa aberta a espalhar resíduos, de ultrapassar carrinhas brancas ou motos de entrega de comida. Diz-me a experiência que a maioria é parceira perigosa na estrada.
Agora, na cidade são cada vez mais os veículos que circulam com o dístico TVDE, ou seja, são motoristas privados ao serviço de plataformas eletrónicas. Noto que tal sigla parece dar o direito de cometer infrações e não é raro ver ultrapassagens arriscadas, paragens súbitas, mudanças bruscas de direção, desrespeito por sinalização.
Nada contra o aumento de alternativas de transporte, que traz, também, formas de sustento. O problema é que o meu medo aumentou. Passou da estrada para as vias urbanas. E sem ver ninguém a fiscalizar.
*Jornalista