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Nasci num país onde não havia tradição de se fazer o pinheirinho de Natal. Era o meu pai que se entretinha a pintar lâmpadas, colocando-as à volta de árvores no quintal. Mas o presépio era colossal. Ocupava metade da sala, com figuras de barro que a família foi comprando ao longo de anos a um vizinho que adorava trabalhar em barro. Éramos nós que depois pintávamos as peças. E havia de tudo. Até o homem que vendia gelados, pela rua, numa caixa quadrada, estava lá. Curioso é que as figuras maiores eram Jesus, Maria e José porque eram (e são) as vedetas do Natal. Ainda tenho figuras desse presépio. Algumas perderam o nariz, uma mão, um pedaço do fato. Intactas estão as de Jesus, Maria e José. Coloco-as no local mais alto da sala em honra às memórias e à família. Aguento melhor, assim, os lugares vazios à mesa. Bom Natal que eu vou de férias.