Assisti, há dias, a uma altercação entre dois homens por causa de um lugar no estacionamento, que meteu insultos, duas bofetadas e muitos gritos. Foi num hospital.
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Os seguranças apareceram a correr, separaram os desavindos, mas foi um grito de uma das mulheres que parou o conflito. "Parem com isso, caral**", foi a frase que afastou os homens, que seguiram em direções opostas. "Anda tudo muito nervoso", considerou um curioso, abanando a cabeça em sinal de reprovação. E anda. Na farmácia dizem que as receitas de ansiolíticos continuam a subir, as buzinadelas ao fim da tarde numa estrada em obras e com trânsito alternado indicam falta de paciência, os suspiros profundos ouvidos na fila do multibanco soam a ameaça. Será que precisamos de ouvir outra vez barulho silenciado pelo confinamento? Eu não. Nem de barulho, nem de confinamento. E as máscaras já caíram.
*Jornalista