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“Passam jogadores, dirigentes, treinadores (...), mas nós é que ficamos, nas alegrias e nas tristezas também”. No momento em que escrevo este Verde Paixão, o Sporting já comunicou à CMVM a saída de Ruben Amorim. Em boa verdade, não é a saída, mas o interesse do United em pagar a cláusula de rescisão.
Custa-me acreditar que o treinador, que pegou neste clube quando ninguém mais o queria fazer, que transformou formas de pensar e estilos de jogo, possa ir sem sequer equacionar o peso que isto pode ter num clube que está a caminho de ser bicampeão, que está com jogadores e adeptos que sempre nele confiaram. Não percebo. Não compreendo e, acima de tudo, estou desiludida.
A Premier League é e será sempre a melhor liga do futebol do Mundo, mas sejamos realistas: Amorim vai chegar a um United em pedaços. Poderão dizer que chegou ao Sporting nas mesmas condições, mas não no mesmo contexto. Ele sai pela porta pequena quando tinha tudo para voltar a fazer história.
A mim, o que me dói é sentir-me enganada. Sentir que o “vamos ver” no Marquês não passou de uma cena para ficar bem na fotografia. O Sporting está bem, recomenda-se, e estamos encaminhados para garantir o bicampeonato. Se será com toda a gente que iniciou este caminho? Sinceramente, já não me interessa. Estivemos ontem, estamos hoje e estaremos sempre “lado a lado”, aconteça o que acontecer.
Sobre os jogadores, eles farão o trabalho. Agradecer? Só o faço a alguém que cumpre com a sua palavra. Agora, o importante é focar. Focar no que interessa, porque insubstituível só o Sporting Clube de Portugal.