Nos Estados Unidos, quem deve ao Fisco é um criminoso. Quem foge ao Fisco é um criminoso de alto calibre. As brigadas fiscais são comparáveis aos polícias de intervenção rápida em crimes de sangue.
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Por isso, quando o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, publicou uma mensagem no Twitter a dizer: "Ponham a mão no ar se pagaram mais impostos federais do que o presidente Trump", sabia o impacto que a notícia do "New York Times" teria na opinião pública em tempos de uma renhida campanha eleitoral. Donald Trump é, aos olhos do Fisco, o presidente mais pobre do país mais rico do Mundo. Pagar apenas 750 dólares em impostos federais em 2016, ano em que foi eleito, e outro tanto em 2017, pode ser - mais do que a gestão desastrosa da administração Trump no tema covid -, a pedra de toque para que o democrata Joe Biden se possa tornar o próximo presidente em novembro. Aliás, o tema das declarações fiscais de Donald Trump não é novo e remonta à sua campanha de há quatro anos quando prometeu todas as informações sobre os seus impostos. Até hoje, nada. O empresário bem-sucedido, multimilionário, dono da Trump Tower, conhecido em todo o Mundo pelo programa na NBC "The Apprentice", está em uma de duas situações: ou terá cometido fraude fiscal ou o seu império económico e financeiro tem pés de barro. Nem uma nem outra é favorável ao seu slogan de campanha em 2016: fazer da América uma grande nação novamente. A sua atitude, qualquer que ela seja, não será, de certeza, para engrandecer a América. Só se for para a promover como paraíso fiscal, tal qual umas Bahamas ou um Panamá. Apesar de Trump classificar a notícia como falsa e ter garantido que pagou todos os seus impostos, não dando pormenores, o presidente dos Estados Unidos deveria, desde o princípio, mostrar a sua situação fiscal. No mínimo, por uma questão de transparência.
Editor-executivo