A demolição do Bairro do Aleixo pôs a nu um problema da toxicodependência que, antes, estava confinado a uma zona que não era de "passagem" para a maioria da população da cidade. A sua mudança para os bairros da Pasteleira Nova e de Pinheiro Torres, na proximidade de vias com a importância da Rua de Diogo Botelho e da chamada "Alameda do Fluvial", revelou a miséria subjacente ao consumo de droga, bem como o à-vontade com que a mesma se trafica a "céu aberto".
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Consciente de que as pessoas tendem a responsabilizá-lo pela situação (até membros eleitos pelas suas listas lhe pedem ação), Rui Moreira decidiu levantar a voz. Mas fê-lo de uma forma inconsequente, com o único objetivo de dizer: "A culpa não é minha". Numa primeira fase, e de forma populista, reivindicando a prisão dos toxicodependentes que consomem na via pública (sendo que a lei já prevê a sua detenção e encaminhamento para serviços de apoio nas áreas social e da saúde). Depois, atirando-se à PSP pela sua "inação" e ao Governo por ter espaços devolutos que servem de abrigo a toxicodependentes. Perante isto, a PSP culpou publicamente a câmara, dizendo que esta não atua face aos pedidos que apresentou para serem feitas mudanças urbanísticas, na iluminação e na limpeza dos bairros em questão. E o ministro da Administração Interna (putativo candidato à presidência da câmara) e a ministra da Defesa vieram também a público perorar sobre o problema.
Face à dimensão e à complexidade do problema da droga, juntos não somos demais para o combater. Com esta troca de galhardetes públicos entre as entidades (câmara, PSP, Governo) que mais responsabilidades têm neste combate, ficamos com uma certeza: os traficantes ficam a rir-se......
PS: o PCP faz hoje 102 anos. Parabéns! O país seria pior sem o PCP.
Deputado municipal