Não sei se um médico conseguiria salvar Gabriel, que morreu de paragem cardiorrespiratória em Portalegre.
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A isto só a autópsia poderá responder. Gabriel tinha oito dias de vida e era filho de um casal que, há um ano, perdeu outro bebé, ainda na barriga da mãe.
O que é perturbador é saber que há ambulâncias de emergência e reanimação paradas nos hospitais por falta de equipas. Os inquéritos agora levantados, pelo hospital e pelo Ministério Público, podem trazer culpados, mas não param a realidade.
Os hospitais estão estafados com a pandemia, é um facto. As denúncias que chegam de profissionais de saúde sobre falhas crescentes também são. Resta esperar que, no futuro, a saúde seja, mesmo, o bem mais precioso para o país. Não sei se um médico conseguirá salvar-me a vida. Mas se souber que há um disponível para tentar, fico mais descansada.
*Jornalista