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A s imagens de famílias a abandonar as suas casas em Velas, cidade da ilha de São Jorge, nos Açores, são mais um murro na nossa emoção que já anda abalada. A crise sismovulcânica obriga a evacuação preventiva, com a terra a tremer e a possibilidade de uma erupção. Pegar em malas e deixar uma vida para trás custa muito, porque, sem certezas de regresso. São especialistas que arriscam apontar a imprevisibilidade de um fenómeno desta natureza, avisando que a situação pode arrastar-se por meses. Porém, procurar um lugar seguro é a decisão mais acertada porque o perigo de derrocada é real, sobretudo nas fajãs que em São Jorge são muitas. E se até agora as dimensões parecem longe da tragédia de 1980 nas ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa onde um terramoto causou 71 mortos e mais de 400 feridos, a verdade é que esta crise veio aumentar o nosso cansaço emocional.
*Jornalista