Mariana MortáguaAo governador do Banco de Portugal não basta talvez ser idóneoO relatório de auditoria à Caixa Geral de Depósitos (CGD) revelou várias irregularidades nas decisões de crédito entre 2000 e 2015. Das 186 operações analisadas, 127 foram originadas entre 2000 e 2007. Do total, 44% das perdas de €1646 milhões, estão concentradas nos casos em que o parecer de risco não foi seguido, sem qualquer justificação aparente.
Mariana MortáguaO banco que nos restaA fatura do buraco do BES, revertida a favor do dono privado do Novo Banco, pode ultrapassar os 5500 milhões, e ainda não fechou. Não está muito distante dos valores gastos no BPN, vendido por uma ninharia ao capital angolano do BIC. E não esqueçamos o Banif, comprado pelo Santander por 150 milhões, depois de uma injeção direta de 2250 milhões.
Mariana MortáguaA política mesquinha também contribui para grandes desastres"É importante que na sociedade portuguesa não se escondam acontecimentos como estes, que não sejam mascarados ou trivializados, sendo, antes, devidamente valorizados. É importante que na sociedade portuguesa se aprofunde o debate sobre o racismo". São as palavras de Carlos César, líder parlamentar do PS, em junho de 2018, quando uma jovem negra foi vítima de um violento ataque racista no Porto por um segurança privado. Na altura, também a atuação da PSP foi alvo de inquérito por alegada inação.
Mariana MortáguaSalvar os Correios dos seus donos ANA Aeroportos e CTT, duas empresas públicas monopolistas, estratégicas e lucrativas, privatizadas pelo Governo de PSD e CDS. Ambos os processos foram apresentados ao país como um sucesso, mas o pouco tempo decorrido desde então revelou a podridão desta imensa farsa.
Mariana MortáguaO PSD entre a troika e o PSA candidatura de Montenegro expôs o vazio político em que se afunda o PSD. Quando a política falha aos partidos habituados ao poder, o que resta é a intriga que assegura o direito a disputar a próxima oportunidade. Trata-se sempre de estar no sítio certo à hora certa, são assim as regras do rotativismo partidário em Portugal.
Mariana MortáguaA Banca voltou aos lucros mas não vai pagar impostos O tema é complexo e, talvez por isso, se tenha dado pouca atenção a uma lei que, em 2014, deu aos bancos portugueses o direito de vir a reclamar mais de 3000 milhões de euros ao Estado.
Mariana MortáguaAno novo, o mesmo compromisso Dia 1 de janeiro de 2019, o primeiro dia do ano que marca o fim de uma legislatura que, nos seus últimos meses, ainda tem provas para dar.
Mariana MortáguaOs despojos das guerras dos tronos A Ongoing era o sonho de poder de Nuno Vasconcellos e de Rafael Mora. É público hoje que, muito antes da sua entrada com estrondo na alta-roda dos negócios, já ambos se tinham rodeado dos melhores aliados e colaboradores, entre eles, António Mexia, Jorge Coelho, Pina Moura e Eduardo Catroga.
Mariana MortáguaO caso dos dois relatóriosNos arquivos do Governo está um relatório, de janeiro de 2012, sobre as rendas excessivas da energia e com propostas para a sua correção. Mas esse relatório, de Henrique Gomes, então secretário de Estado da Energia, acabou por não chegar à troika como previsto. Em causa estavam medidas que o secretário de Estado defendia, mesmo já depois de ter sido derrotado no Conselho de Ministros na sua proposta de contribuição sobre o setor elétrico, travada por Passos Coelho para valorizar a privatização da EDP.
Mariana MortáguaGreves: sinais de esperança e exigênciaLembro-me bem de 2012 e 2013. Foram anos de grande contestação e de muitas e duras greves, tanto no setor público como no privado. Na altura estava em causa a defesa dos direitos mais básicos.
Mariana MortáguaA pobreza não é uma fatalidadeDe acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de risco de pobreza após transferências sociais caiu de 19,5% em 2013 para 17,3% em 2017.
Mariana MortáguaA gente não quer só comidaTemos assistido à organização da gente da Cultura que está cansada de viver com as metades das metades, e que luta por uma política cultural por inteiro, por orçamento e por dignidade. Ao fazê-lo lutam pelo país. Para que o nosso direito constitucional à Cultura seja cumprido, e para que Portugal se possa fazer um país com memória e visão. Um país de gente consciente e livre.
Mariana MortáguaA cola social A partir do próximo ano letivo a propina máxima na universidade passará de 1068€ para 856€. É a primeira vez na história da propina, iniciada em 1992, que o seu valor é reduzido. O debate gerado em torno desta medida é muito revelador da ideia de cada partido sobre o Estado social que queremos para Portugal.
Mariana MortáguaO crime não pode compensarFoi durante a Comissão de Inquérito ao BES que Luís Horta e Costa, antigo administrador da ESCOM, explicou o paradeiro da comissão de €27 milhões que a sua empresa recebeu por ter sido intermediária na compra de dois submarinos pelo Estado português. Sabia-se que 5 milhões tinham sido entregues à família Espírito Santo e 16 milhões aos administradores da própria ESCOM. Foi com espanto que a Comissão ouviu de Horta e Costa que os outros 6 milhões tinham sido "investidos" a montar um esquema de ocultação e fuga ao Fisco, que envolvia fundos e contas bancárias offshore para todos os gostos. Faltava então saber como voltou o dinheiro a Portugal. Horta e Costa explicou: "Há uma lei aprovada aqui na Assembleia da República, e foi essa que a gente aproveitou".
Mariana MortáguaÁgua mole em pedra dura tanto bate que não furaA Galp Energia e a ENI desistiram do projeto de exploração de petróleo ao largo de Aljezur. Apesar da conivência do atual Governo - que tentou reverter a providência cautelar ganha pelos movimentos sociais - a persistência destes, em conjunto com as autarquias, foi mais forte.
Mariana MortáguaMentiródioHillary Clinton, candidata à presidência dos EUA, envolvida em rituais demoníacos e redes de pedofilia. Dilma Rousseff, antiga presidente do Brasil, associada a atos terroristas. Haddad, atual candidato à presidência do Brasil, a distribuir "kits gay" a crianças de seis anos. Todas estas e muito mais histórias circularam milhões de vezes nas redes sociais americanas e brasileiras, ajudando a promover Trump e Bolsonaro. Todas estas históricas têm uma coisa em comum: são mentira.
Mariana MortáguaO que precisa de saber sobre reformas antecipadasAté ao início desta legislatura quem se quisesse reformar antecipadamente teria de suportar dois cortes na pensão: i) o fator de sustentabilidade, que triplicou no Governo de Passos e Portas; ii) uma penalização de 0.5% por cada mês de antecipação face à idade legal da reforma, que com o anterior Governo passou a aumentar anualmente.