Estratégia Local de Habitação prevê investimento de 12 milhões para reabilitação e novas construções
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Amares tem 132 famílias, num total de 299 pessoas, a viver sem condições de habitabilidade, a maioria devido a problemas de insalubridade e insegurança. Esta é uma das conclusões da Estratégia Local de Habitação (ELH), o documento que permitirá o Município aceder a fundos comunitários para responder às necessidades apuradas.
Segundo o relatório a que o JN teve acesso, das 70 famílias que vivem sem segurança, só cinco estão em habitações sociais, sendo as restantes as próprias proprietárias das casas. Depois há 26 agregados, sobretudo idosos e pessoas com deficiência, que vivem em locais inadequados, com barreiras arquitetónicas, e 21 casos de precariedade, nomeadamente pessoas que moram em habitações cedidas por familiares ou amigos de forma ilegal ou em apartamentos arrendados. Já os problemas de sobrelotação representam 15 casos.
As freguesias de Santa Maria de Bouro, Santa Marta de Bouro e a União de Freguesias de Amares e Figueiredo concentram "36% do total de famílias sinalizadas".
"Temos intenção de intervir nestas casas, de gente com problemas sociais tremendos", afirma o presidente da Câmara, Manuel Moreira, adiantando que, na freguesia de Dornelas, já foi adquirido um terreno para serem construídos apartamentos, com rendas a custos controlados, para acolher 12 famílias.
Entre os compromissos da ELH estão, também, a reabilitação ou construção de 84 casas pertencentes a privados, intervenções em cinco apartamentos de habitação social e a aquisição e recuperação de 19 fogos de famílias em situação de precariedade, em que se incluem famílias da comunidade cigana que vivem "em barracos", nas freguesias de Bico e Lago, refere Manuel Moreira. "A Câmara já as ajudou com casas de banho e coberturas, mas continuam em condições deploráveis", assume, sublinhando que, ao longo dos últimos nove anos, em que está na presidência, a Autarquia "já investiu muito dinheiro no restauro de quase 20 casas".
Para pôr o novo plano de habitação em marcha, previsto para os próximos seis anos, os responsáveis estimam que sejam necessários 12 milhões de euros.