<p>O anúncio do fecho da extensão de saúde de S.Martinho da Gândara, em Oliveira de Azeméis, que serve cerca de 1900 utentes está a gerar contestação. A população prepara-se para os protestos de rua. Este é mais um entre outros encerramentos no concelho.</p>
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Centenas de pessoas encheram por completo o centro paroquial de S. Martinho da Gândara, na noite de anteontem, para contestarem o fecho inesperado, na passada segunda-feira, da extensão de saúde local. "Fomos surpreendidos com este encerramento". "A vossa revolta é também a minha e vamos recorrer a todas as formas de luta para termos de volta o serviço que tanta falta faz", garantia o presidente da Junta perante populares que dificilmente calavam a sua indignação.
Ilídio Lopes informou que a extensão de saúde de Cucujães, para onde serão agora encaminhados os utentes de S. Martinho da Gândara, enfrenta já dificuldades para dar resposta à população local. "Em Cucujães há 4100 utentes sem médico de família. Como é que ainda vão ter capacidade para atender os 1900 utentes da nossa extensão de saúde?" questionava.
Os presentes no centro paroquial decidiram criar uma comissão de utentes que irá solicitar uma reunião na Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) para fazer valer as suas razões. Foi também colocado a circular um abaixo-assinado.
Em declarações, ao JN, o autarca referiu que a justificação para o encerramento está relacionada com a passagem do médico, que ali prestava serviço, à condição de reformado. "Foi informado que o médico foi para a reforma e que não havia outro para substituí-lo", explicou, apesar de não aceitar este argumento. "Vamos tentar conversar com os responsáveis da ARSN", remata.
Ilídio Lopes referiu, ainda, que estão a decorrer contactos com outras juntas, onde encerraram extensões de saúde, para a possível realização de protestos conjuntos.
"A extensão de saúde de Travanca fechou na passada sexta-feira [27 de Fevereiro] e a de Fajões no mês passado. Consta-se que vai encerrar a de Loureiro, Palmaz e Ossela", informou.