<p>Quatro mortos, dois deles irmãos: eis o balanço trágico de um despiste registado ontem de madrugada, domingo, no IC32, perto do Barreiro, que envolveu uma viatura furtada. Há apenas um sobrevivente, mas está em coma.</p>
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O acidente, um dos mais graves de que há memória no IC 32, aconteceu pouco depois das 2.30 horas de ontem, no sentido Barreiro-Montijo, junto a um viaduto situado na zona da Penalva. A forma como tudo aconteceu é ainda pouco clara. Sabe-se apenas que o automóvel onde seguiam as vítimas capotou após uma curva e saiu da estrada, imobilizando-se entre os rails e o viaduto.
Nenhum dos jovens trazia documentos e só durante a tarde de ontem as autoridades policiais conseguiram identificar todas as vítimas e contactar os familiares. O JN apurou que se faziam transportar num automóvel Opel Corsa que constava para apreensão, por ter sido furtado no passado dia 10 na Quinta do Conde, em Sesimbra. O proprietário do carro foi contactado pela GNR ainda durante a manhã de ontem.
O facto de o piso estar molhado na altura em que os jovens se despistaram e de a zona não ser iluminada, aliado a algum excesso de velocidade poderão ajudar a explicar as causas e a gravidade do acidente que ceifou a vida a quatro jovens (três rapazes e uma rapariga) com idades entre os 14 e os 21 anos, todos residentes no Pinhal Novo, concelho de Palmela.
O JN apurou que entre as vítimas mortais estão dois irmãos e uma adolescente de 14 anos. O único sobrevivente do acidente terá cerca de 20 anos e encontra-se internado no Hospital Garcia de Orta, em Almada, em coma induzido, com traumatismos no crânio e na face.
A gravidade do acidente chocou os próprios bombeiros que acorreram ao local. "O grau de destruição não permitia sequer determinar o tipo de carro", explicou ao JN José Figueiredo, comandante do Corpo de Salvação Pública do Barreiro, acrescentando que, quando chegaram, três jovens encontravam-se projectados, dois deles já sem vida e um terceiro ainda com sinais vitais.
Duas outras vítimas estavam encarceradas e as equipas do INEM já nada puderam fazer, uma vez que terão tido morte imediata na sequência do acidente. Os corpos foram todos encaminhados para a morgue do Hospital do Barreiro, onde foram identificados pelos familiares.
As atenções dos bombeiros e do INEM voltaram-se para o jovem que ainda respirava e que, depois de ter sido estabilizado, foi encaminhado para o Garcia da Orta. Fonte médica avançou ao JN que o rapaz deu entrada na unidade com um traumatismo crânio-facial grave, com necessidade de entubação e ventilação mecânica.
Ao longo da tarde, alguns familiares e amigos do jovem deslocaram-se ao hospital para saber informações sobre o seu estado de saúde, mas recusaram-se a falar aos jornalistas.
No local do acidente, estiveram 20 bombeiros e seis viaturas do Corpo de Salvação Pública do Barreiro, entre as quais três ambulâncias, e duas viaturas do Instituto Nacional de Emergência Médica, além de elementos da GNR, entidade a quem foi entregue a investigação do violento acidente.