"Abrimos a porta porque temos famílias para dar de comer", diz gerente de bar do Porto
Responsável de bar na Baixa do Porto onde foram captadas imagens de uma multidão em convívio garante que não houve festa. E lamenta que haja clientes que desrespeitam normas.
Corpo do artigo
Há cerca de duas semanas, Miguel Marques Pinto, presidente da Mesa do Núcleo Litoral do Porto do PSD, publicou um vídeo no qual é possível visualizar dezenas de pessoas a confraternizar num bar do Porto sem distanciamento social nem máscara. As imagens foram filmadas a 8 de janeiro, noite em que os três clubes grandes do futebol português jogaram.
13215092
Ao JN, João Ferreira, sócio-gerente do Adega Sports Bar, nega a existência de qualquer festa. "Há um ajuntamento espontâneo no período em que nós estávamos a fazer o fecho da casa. As pessoas, em vez de descerem, subiram. Ao fim de um quarto de hora, não tinha ninguém dentro da casa", explicou o responsável, lamentando a existência de clientes que não respeitam as ordens.
"Abrimos a porta porque temos famílias para dar de comer. Não há lay-off nenhum que me dê um tostão para pagar às pessoas todas. Dos isolamentos profiláticos, a mim, como sócio-gerente, não recebo absolutamente nada de ajuda do Estado", criticou João Ferreira, destacando ainda que a Polícia esteve no local e "não viu ninguém".
O bar já tinha sido notícia por uma eventual ligação a um convívio de estudantes Erasmus que desencadeou um surto de infeções.
Movimento anormal
A Câmara do Porto confirmou que a Polícia Municipal foi acionada para o local cerca das 23.59 horas. No entanto, quando lá chegou, não encontrou nenhuma festa. "Estavam no interior apenas três pessoas que procediam à limpeza do local. A serem verdadeiras as imagens - e tudo indica que o são - o movimento anormal de pessoas aconteceu durante os jogos da primeira liga de futebol visionados naquele estabelecimento", detalhou a Autarquia.