População de São Jorge esteve sem sentir abalos durante mais de 24 horas. Celebrações religiosas foram retomadas esta sexta-feira.
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Durante mais de 24 horas, a crise sismovulcânica que está em curso, em São Jorge, nos Açores, deu tréguas aos habitantes da ilha. Entre as 8.48 horas de anteontem e as 14.42 de ontem, nenhum sismo foi sentido pela população. Apesar disso, o alerta vulcânico continua no nível V4 (possibilidade de erupção), até porque a atividade sísmica detetada pelos sismógrafos mantém-se acima do normal.
Segundo dados do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), entre a meia-noite e as 10 horas de ontem foram analisados 397 sismos, apesar de nenhum deles ter sido sentido. O número manteve-se inferior aos que haviam sido registados nas primeiras noites da crise sismovulcânica - que começou a 19 de março -, quando chegou a haver cerca de 900 sismos por noite. Já anteontem tinha havido uma diminuição.
Ao contrário do que se supunha, não houve uma migração da localização do epicentro dos sismos, de Velas para Rosais. Ontem, à saída do briefing diário entre as diversas entidades que se encontram a operar no terreno, Rui Marques, presidente do CIVISA, esclareceu: "A concentração de sismos que temos da crise sismovulcânica continua a estar entre os 7,5 e os 12 quilómetros de profundidade. Os sismos dos Rosais, que são sete eventos, é que têm profundidades ligeiramente inferiores". O especialista adiantou, ainda, que "a relação entre esse pequeno grupo de sismos e toda a restante atividade sísmica ainda não tem uma explicação".
"Voltar à normalidade"
Apesar de muitos habitantes ainda não terem regressado às Velas - de onde, segundo a Autarquia, saíram cerca de duas mil pessoas - a normalidade no concelho vai voltando aos poucos. Tanto que, esta sexta-feira, foram retomadas as celebrações religiosas na vila. No fim de semana passado, devido à crise, as missas estiveram interditadas nas fajãs e foram desaconselhadas em todas as restantes igrejas do concelho, por precaução. "Passado o susto inicial, é o voltar à normalidade, porque não se sabe o tempo que isto vai levar", confirmou à Lusa o padre António Azevedo.