O acampamento que albergava 160 escuteiros espanhóis, na praia do Palheirão, Tocha, onde ocorreram mais de 50 casos de intoxicação alimentar, foi encerrado e os jovens acolhidos numa escola próxima.
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"Accionámos os meios da Câmara e os jovens que ainda se encontravam no acampamento foram transferidos para a escola Garcia Bacelar [na povoação da Tocha], com todo o acompanhamento necessário", disse aos jornalistas João Moura, presidente da Câmara de Cantanhede.
Os jovens escuteiros, oriundos de Salamanca, Toledo e Badajoz, participavam num acampamento no parque escutista do Palheirão, um espaço "natural selvagem" gerido pelo Corpo Nacional de Escutas, adiantou.
Depois de reunir com os responsáveis médicos do posto avançado do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), instalado nas matas nacionais a cerca de sete quilómetros do acampamento, João Moura afirmou a "resposta pronta" das autoridades aos casos de intoxicação alimentar, 23 durante a noite de quarta-feira e madrugada desta quinta-feira e 41 ao longo do dia.
Causas desconhecidas
"Foram casos agudos, com diarreias e vómitos, mas a situação está perfeitamente controlada. São quadros clínicos ligeiros", frisou. O autarca disse ainda que as causas da intoxicação alimentar "estão a ser avaliadas", recusando especular sobre as mesmas.
"Pode ter sido alguma coisa que comeram ou água que beberam. Demos conhecimento às autoridades [de saúde], não sabemos", adiantou, por seu turno, Alice Luzio, coordenadora do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU/INEM) de Coimbra.
A médica considerou todos os casos "estáveis, ligeiros, nenhum mais grave", sublinhando, no entanto, que nenhum dos pacientes ficou em vigilância no posto avançado do INEM, tendo todos seguido para os hospitais. "Não mantivemos ninguém aqui, evacuámos todas as crianças", sublinhou.
Revelou ainda que a decisão de montar o posto hospitalar a sete quilómetros do acampamento e não no local ficou a dever-se à necessidade de fazer a triagem dos doentes antes de serem levados, de ambulância, para os hospitais.
"Quando chegámos já estavam a ser evacuadas crianças e nós parámos aqui todas as ambulâncias para fazer uma retriagem de todas", explicou.
No acampamento agora encerrado estão técnicos das autoridades de saúde a recolher amostras ambientais que, segundo a delegada de saúde, serão "analisadas", levando ainda em conta com análises efectuadas aos pacientes que foram transportados aos hospitais da Figueira da Foz e Coimbra.