Desde as 09.00 horas desta sexta-feira que estão nas margens da barragem do Roxo, concelho de Beja, os técnicos do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronave, para investigarem as causas que levaram à queda de um avião da Proteção Civil, na quinta-feira.
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Outra das grandes preocupações tem a ver com o possível derramamento do combustível do interior do depósito da avião AirTractor-802 Fire Boss (AT 802) nas águas da albufeira, porque é a partir da barragem do Roxo que é feita a captação para o abastecimento público às populações dos concelhos de Beja e Aljustrel e para a rega no Perímetro Agrícola do Roxo, situado no primeiro dos concelhos.
Recorde-se que a aeronave ao serviço da Empresa de Meios Aéreos (EMA) despenhou-se, quinta-feira, cerca das 14 horas, quando efetuava uma operação de reabastecimento de água.
O aparelho participava no combate ao incêndio que lavrava em Tavira e tinha descolado minutos antes da Base Aérea Nº 11 (BA11) em Beja onde tinha estado a reabastecer os depósitos de combustível.
Quinta-feira, ao final do dia realizou-se um briefing que juntou diversas entidades ligadas à Proteção Civil e ao Ambiente, nomeadamente: Águas Públicas do Alentejo (APA), Administração Hidrográfica da Região do Alentejo (ARHAlentejo), Associação de Regantes do Roxo, Administração do Porto de Sines (APS), Autoridade Nacional de Proteção Civil-Comando Distrital de Beja (ANPC), GNR e Comandos dos Bombeiros de Beja e Aljustrel.
Segundo apurou o JN, a Autoridade Nacional de Proteção Civil já solicitou a colaboração da Força Aérea Portuguesa para a ativação de um helicóptero para auxiliar nas operações de investigação, tendo o Chefe do Estado Maior da Força Aérea (CEMFA), General José Pinheiro, autorizado a atuação de um Alouette III da Base Aérea Nº. 11 (BA11) sempre que seja necessária a sua presença no perímetro da barragem do Roxo.
Em contacto com Rui Marreiros, administrador delegado da Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja (EMAS), este garantiu que "não existe qualquer perigo de contaminação das águas da barragem", acrescentando que o local onde a aeronave caiu "é a norte e muito longe do paredão e da zona de captação". No terreno estão os meios necessários "para conter qualquer derrame", concluiu.
Fonte dos bombeiros garantiu ao JN que o combustível, designado como JET, "é muito volátil e evapora-se com facilidade", acrescentando que apesar de "algum cheiro, não existem manchas na água".