Uma menina de três anos morreu afogada no rio Douro, em Baião, ontem, após o barco em que passeava com os pais se ter virado. Um amigo do casal ainda resgatou a pequena Maria Francisca das águas, mas a criança não resistiu. Há muitas críticas ao socorro.
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Acidente com barco mata menina de três anos no Douro
Uma menina de três anos morreu afogada no rio Douro, em Baião, ontem, após o barco em que passeava com os pais se ter virado. Um amigo do casal ainda resgatou a pequena Maria Francisca das águas, mas a criança não resistiu. Há muitas críticas ao socorro.
Foi pelas 11.15 horas. A menina, Maria Francisca Lopes Pinho Vieira, seguia, rio acima, com os pais, no barco de recreio de seis metros. O pai, Rui Vieira, sobrinho de Pinto Vieira, ex-presidente da Junta de Ribadouro, Baião, dirigia a embarcação. Por razões desconhecidas, o barco virou-se junto ao lugar de Areias Altas, Ancede (Baião), já próximo da margem esquerda do rio.
Segundo contaram testemunhas ao JN, o rio estava mais baixo do que é normal. O barco, que navegava junto à margem, terá batido em pedras, virando-se. Após o embate, a criança ficou submersa na água debaixo do barco, enquanto que os pais foram cuspidos. A mãe acabaria por facturar a clavícula, enquanto que o pai sofreu varias escoriações. Foram ambos levados para o Hospital de S. João, no Porto.
A criança seria resgatada da água já sem vida. De nada valeram as tentativas de reanimação, designadamente de uma médica de Vila Meã de férias na zona e que fez as primeiras manobras.
A pequena Maria foi retirada da água por um amigo da família Vieira, apesar de terem sido accionados os bombeiros de Cinfães, Baião, Régua e INEM.
"Fui eu e uns amigos que, em barcos particulares, fomos à margem pegar nos bombeiros que lá chegaram a pé e os levámos até ao barco acidentado. Um deles ainda chegou a mergulhar uma vez. Mas fui eu que, à quarta tentativa, entrei dentro do barco e retirei a criança. O primeiro barco dos bombeiros só lá chegou duas horas depois", garantiu, ao JN, José Eduardo, gerente da Estalagem Porto Antigo.
Recusando a ideia de negligência, José Eduardo fez questão de explicar que o pai da menina "tem carta de marinheiro há anos". "Tem o barco no cais de Porto Antigo há mais de cinco anos. Por diversas vezes andei de barco com o Rui, sei muito bem os cuidados que ele tem dentro do rio", afiançou.
"O meu sobrinho é muito meticuloso, experiente e conhecia bem aquela zona. Foi uma hora do diabo...", reiterou Pinto Vieira, tio-avô da criança, cujo funeral deverá realizar-se na quinta, no cemitério de Ribadouro, após a autópsia (amanhã).
Oficialmente, os bombeiros de Cinfães garantem que foram rápidos no socorro à vítima, mas quando lá chegaram já nada podiam fazer. "Não se pode dizer que tenha havido falta de meios. Os meios existem", afirmou Afonso Fonseca, chefe ajudante do bombeiros de Cinfães.