O presidente da câmara de Amarante disse hoje, quinta-feira, que o acidente de ontem no viaduto em construção no IP4 é o segundo acidente mortal nas obras de transformação da via em auto-estrada e exigiu mais fiscalização.
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Armindo Abreu lembrou hoje que "há cerca de 15 dias" ocorreu um outro acidente que matou o manobrador de um cilindro, um sexagenário de Marco de Canaveses.
Estes dois acidentes são "um mau presságio", comentou o presidente da Câmara, lembrando que "algumas das mais complicadas obras de arte", como um viaduto de 90 metros de altura, estão ainda por fazer.
"Tem de haver maior fiscalização e ritmos de trabalho menos intensos", defendeu Armindo Abreu que considerou "inadmissível" o acidente de quarta-feira à noite, tendo em conta a experiência portuguesa neste tipo de obras.
Populares que esta manhã se concentravam junto ao viaduto que ruiu dividiram-se entre a desculpabilização do dono da obra e a defesa da tese de que o IP4 deveria estar cortado na zona enquanto decorressem as fases mais complicadas dos trabalhos.
"Alguma coisa falhou. São acidentes que acontecem", desculpou Licínio Ribeiro, 58 anos.
"Há um mês interromperam o trânsito para montar a estrutura de andaimes. Por que é que não o fizeram quando estavam a injectar o betão?", questionou José Luís Teixeira, 49 anos.
A Infratúnel, a empresa responsável pela obra, vedou o perímetro do acidente aos jornalistas e ainda não avançou explicações sobre a queda do viaduto em construção, remetendo os media para um comunicado a emitir ainda hoje.
No terreno, seis máquinas giratórias continuavam, a meio da manhã, a remover os escombros e o tenente Nuno Alves, do Destacamento de Trânsito da GNR, não avançou qualquer prognóstico quanto à altura em que o IP4 reabrirá ao trânsito.