<p>Uma família de Carlão, Alijó, acusa os Bombeiros Voluntários de Murça de se terem negado a socorrer uma idosa com problemas de saúde. A corporação recusa culpas mas não se livra de uma reclamação escrita.</p>
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Cerca das nove horas das manhã de sábado, Bráulio Carqueja, morador em Carlão, recebeu uma chamada de Porrais, Murça, dando-lhe conta que a mãe, de 71 anos, "estava muito mal". Rebentou-lhe um quisto na coluna e quando chegou a casa dela viu que "não conseguia andar nem levantar os braços".
Meteu a mãe no carro e andou uns quilómetros, até Candedo. "Tive de parar porque ela não aguentava as dores", conta. Ligou para o 112 a pedir socorro e a chamada foi reencaminhada para os bombeiros de Murça para irem ao seu encontro. Bráulio ficou estupefacto com o que se seguiu. "A principal preocupação dos bombeiros era saber quem ia pagar o serviço, só assim é que podiam enviar a ambulância. Insisti duas vezes, que alguém haveria de pagar, mas eles desligaram". Bráulio não voltou a ligar e continuou a viagem até Murça esperando que a ambulância viesse ao seu encontro. "Como não veio, meti-me no IP4 e levei a minha mãe para o hospital de Vila Real".
O comandante do Bombeiros Voluntários de Murça, Joaquim Teixeira, pensa que "a pessoa que iniciou o transporte devia protestar contra ele próprio, pois só quando já levava a mãe no carro é que ligou para o 112. Isso é um acto de irresponsabilidade". Uma vez passada a chamada aos bombeiros e dado que "não foi justificado o serviço do INEM, por não ser uma situação de emergência, a operadora tem ordens para perguntar quem vai pagar o serviço da ambulância, caso as instituições oficiais não paguem. Se a pessoa diz que sim, fazemos o transporte", explica. Acrescenta que Bráulio Carqueja "poderá ter ficado sem rede telemóvel ou ter caído a chamada", razão pela qual o pedido de socorro não foi concluído. "Nunca mais fomos contactados. O senhor nem nos disse onde estava".
Ainda no sábado, Bráulio foi ao quartel do bombeiros de Murça pedir o livro de reclamações. "Disseram-me que não tinham as chaves dos escritórios porque era fim-de-semana". Joaquim Teixeira confirma. O queixoso foi chamar a GNR, que o acompanhou novamente ao quartel para exigir o livro. "Chegou o comandante dos bombeiros e disse que podia apresentar queixa na segunda-feira", recorda. Bráulio ainda vai fazê-lo, "para que não aconteçam outras situações semelhantes".