<p>Uma dívida de pouco mais de 50 mil euros estará na origem do selamento dos armazéns da Adega Cooperativa de Alijó, na passada sexta-feira. Instituição enfrenta sérias dificuldades financeiras.</p>
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Os armazéns da Adega Cooperativa de Alijó foram selados pela Direcção-Geral das Alfândegas (DGA). Em causa está uma dívida de 52 mil euros relativa ao imposto que é aplicado sobre os negócios do álcool.
Um dos directores da instituição confirmou, ao JN, que "infelizmente as instalações foram seladas na sexta-feira passada". Acrescentou que estão a "procurar resolver o problema nos próximos dias", embora sem precisar uma data.
O responsável lamenta este contratempo, numa altura em que se preparavam para concretizar um negócio de vinho no valor de "109 mil euros". Alguns clientes tinham previsto ir a Alijó, ontem, para concretizar a transacção. "Agora temos de arranjar uma solução para retirar do armazém os vinhos, já facturados, e receber o valor correspondente", disse o director, salientando que essa quantia poderia ser utilizada para "liquidar a dívida à DGA".
Apesar da situação, as duas dezenas de funcionários da Adega estavam ontem a trabalhar, visto que "apenas foi selada parte dos armazéns". "Não há gente em casa", sublinhou a fonte, que aproveitou para criticar o Governo por, ao mesmo tempo que tenta incentivar a fusão das adegas em dificuldades e evitar o desemprego, "ter os seus próprios organismos a criar problemas às empresas". "São pouco flexíveis", precisou.
Esta não é a primeira vez que a Adega de Alijó se confronta com a selagem das instalações. Em Fevereiro deste ano ocorreu uma situação idêntica. Então, a dívida à DGA relativa ao imposto do álcool rondava os 70 mil euros.
De resto, a repetição é demonstrativa das graves dificuldades financeiras que a instituição atravessa. No passado mês de Abril, a direcção da cooperativa chegou mesmo a ponderar a possibilidade de colocar em situação de lay-off os funcionários ligados à linha de engarrafamento, embora de forma rotativa. É que ultimamente as encomendas decresceram e o trabalho diminuiu.
A direcção da Adega de Alijó já não vê outra solução para o seu futuro que não passe pela fusão com as congéneres de Favaios e Pegarinhos. A Câmara Municipal de Alijó investiu recentemente 40 mil euros num estudo que visa fundir aquelas três adegas, para que não sigam o caminho da de Sanfins do Douro, já falida.