<p>Fernando Fonseca, director da Escola D. Pedro II, na Moita, garantiu ontem, quarta-feira, que já foi aberto um inquérito para apurar as circunstâncias que levaram um aluno de 12 anos a agredir um professor na sala de aula. A Associação de Pais só soube do caso pela Imprensa. </p>
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"Não houve uma agressão por causa de um teste e recuso essa ideia que foi passada de violência. Já foi aberto um inquérito e não vou falar mais sobre um assunto que está a ser investigado", declarou ao JN o responsável pela direcção do estabelecimento de ensino da Moita.
A agressão de que Fernando Fonseca se recusa a comentar aconteceu na passada segunda--feira, na sala de aulas e em frente a outros alunos, na disciplina de Língua Portuguesa, como, aliás, noticiou o Diário de Notícias.
Um rapaz de 12 anos surpreendeu o professor com um acesso de fúria, agredindo-o com uma mochila e uma cadeira que o atingiu nas pernas. O docente, que teve que ser assistido no Hospital do Barreiro, regressou à escola de muletas, no dia seguinte, mas não deu aulas por não se sentir em condições psicológicas.
De acordo com o DN, a agressão terá deixado estupefactos os colegas da turma, que não tiveram qualquer reacção, ficando "colados à cadeira", enquanto o rapaz - bom aluno e sem um histórico de violência - desferia golpes no professor.
O docente também nada terá feito a não ser proteger-se das agressões. Terá depois vomitado na casa de banho devido à violência de que foi alvo.
Ao JN, Fernando Fonseca adianta apenas que o professor não foi agredido da forma como foi noticiado - com recurso a uma cadeira - mas também não esclareceu o episódio.
Refere ainda que o aluno não agiu com violência por estar descontente com o resultado de um teste e com as explicações avançadas pelo professor. "O teste ia ser feito naquela altura", revela, sem entrar em mais detalhes.
Contactada pelo JN, a Associação de Pais da D. Pedro II, manifestou-se surpreendida com o caso e garantiu que soube da situação pelos jornalistas. "Não temos informação oficial desta situação. Sabemos apenas aquilo que foi divulgado pela comunicação social. Já tentámos falar para o Agrupamento da Escola D. Pedro II, mas ninguém atendeu", explica Marília Gonçalves, presidente da Associação de Pais da escola.
Além de se manifestar surpreendida com o episódio, a responsável garantiu que o caso "não é uma prática corrente". Ligada à associação desde 2002, assegura que não tem memória de casos semelhantes com as dimensões deste episódio. "Por vezes, há aquelas coisas entre crianças, embora sem gravidade", afirmou.
Dependendo do resultado do inquérito aberto pela D. Pedro II, o aluno que agrediu o professor pode ser suspenso ou até transferido para outro estabelecimento de ensino.