A Autoridade de Saúde Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Tâmega diz que o consumo de água inquinada, que estará a ser feita por cerca de 10 mil habitantes do Marco de Canaveses devido à ausência de rede pública, "é um problema político e económico e não da ACES".
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O JN noticiou, quarta-feira, que as redes de abastecimento de água e de tratamento de esgotos no concelho não chegam sequer a metade dos residentes: a distribuição de água andará pelos 40% e o saneamento chegará aos 30%.
Segundo a Câmara, as freguesias de Vila Boa de Quires, Maureles, Toutosa, Santo Isidoro, Torrão e Várzea do Douro "registam as situações mais problemáticas no domínio ambiental".
O médico Almeida Pereira, autoridade de saúde para o Tâmega, diz que não tem competências para intervir no domínio privado.
"Se um restaurante estiver a usar agua imprópria posso a intervir por intermédio da Câmara e não a pedido de um particular. Não posso estar a usar dinheiro público em análises quando não se sabe se a água tem condições para ser consumida ou não", diz.
Ainda assim, o clínico não soube informar se os privados que prestam serviço público, casos de cafés e restaurantes, entre outros, estão de acordo com a lei, ou seja, se a água que usam é potável. "É uma pergunta que não me compete responder", realça, sugerindo que seja o poder político a pronunciar-se.
"São problemas de saúde pública. Mas mais do que levantar problemas pergunto qual a solução? Quero é que me apresentem soluções para isto. Qualquer pessoa que bebe água não controlada está a correr riscos", explica.
A verdade é que a situação deverá arrastar-se por tempo indeterminado, por causa do diferendo existente quanto à concessão das redes de água e de saneamento à empresa Águas do Marco. O caso seguiu para os tribunais. A concessão está em gestão corrente. Não há investimentos de fundo. E os riscos variam: podem causar " uma simples gastroenterite ou um cancro".