AgitÁgueda com artistas famosos, corpos que fascinam e uma piscina no rio.
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António Santos, pioneiro das estátuas vivas, não precisou de estar este domingo, em Águeda, 15 horas 2 minutos e 55 segundos sem se mexer. Isso foi em 1988 quando entrou para o livro dos recordes mundiais. Esteve no "Guinness Book" durante quase uma década, mas aos 59 anos continua a ser uma referência internacional desta área. Hoje, na pele do "Stone Man" (Homem Pedra) foi uma das atrações do AgitÁgueda, que juntou uma dúzia de estátuas vivas no centro da cidade, lotada como sempre acontece ao fim de semana em função de um programa que junta, até ao próximo dia 24, artes como a música e o "bodypainting".
A croata Marija Kamber está seminua na zona para servir de "tela" à artista sueca Vilija Vitkutė. "É fascinante estar numa posição tão vulnerável", diz ao JN, olhando para o corpo unicamente com a cueca. Quem passa "espreita" com curiosidade mas poucas são as que param e assistem ou as que arriscam tirar fotografias. É um público que parece envergonhado no arco-íris dos chapéus-de-chuva. "Águeda é uma das cidades mais coloridas e artísticas de Portugal", afirma Vilija, enquanto termina alguns detalhes da pintura na terceira modelo do dia.
A cor não está só nos corpos das modelos ou nas obras de arte da cidade. É visível nos guarda-chuvas que enfeitam as ruas, nos reflexos nas paredes e nos pequenos adornos, símbolos de Águeda, que os turistas fazem questão de utilizar, como os pequenos chapéus-de-chuva na cabeça ou os leques coloridos para enganar o calor.
Para o tempo quente há um novo remédio. Este ano a Câmara, organizadora do evento, instalou uma piscina no rio. A meio da tarde deste domingo estavam poucos na água que atravessa a cidade, mas ontem ainda arrefeceram umas dezenas. Não é a água, no entanto, que hoje coloca Águeda no mapa. Como dizia hoje Márcio Sousa, homem da terra, sentado à beira de uma janela, "a cor já faz parte da cidade e já fazia falta".