Até ao dia 10, o Alandroal é a capital do peixe do rio, com os restaurantes, tascas, cafés e bares daquele concelho alentejano a dedicarem as suas ementas às iguarias provenientes do Alqueva, Guadiana e albufeira Lucefécit.
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Nos três primeiros dias da mostra gastronómica, que já vai na sua quarta edição, os estabelecimentos aderentes esgotaram. O presidente da Câmara local, João Grilo, garante que "este é o maior festival de peixe do rio no país".
São 19 os estabelecimentos de restauração que, durante dez dias consecutivos, servem preferencialmente aos seus clientes caldeta de peixe barbo, lúcio-perca de coentrada, açorda de sável, achigã em molho de tomate, carpa grelhada com molho de poejo ou esparregado de couve, peixe frito com molho de coentro, entre muitos outros pratos que prometem "um festival bem amanhado".
O presidente da Câmara Municipal do Alandroal, criticado por em tempo de crise investir cerca de 30 mil euros na organização do festival, lembra que "foi a partir do momento em que a mostra gastronómica surgiu que vários munícipes se dedicaram à pesca de forma profissional". "Criaram-se postos de trabalho, porque até então apenas um restaurante tinha peixe do rio na sua ementa. E desde há quatro anos que os outros passaram também a servir esta iguaria, 'obrigando' alguns pescadores amadores a profissionalizarem-se", explica João Grilo.
Por outro lado, sublinha o autarca, "nos dez dias da mostra, os restaurantes, tascas, cafés, bares e alojamentos aderentes ficam cheios, sobretudo ao fim de semana. Alguns faturam mais durante o festival do que em três ou quatro meses. O comércio local e as lojas de artesanato aumentam o volume de vendas. O concelho dá-se a conhecer e ganha prestígio".
O autarcas diz que não há um controlo do número de pessoas que visitam o Alandroal durante a mostra gastronómica, mas há uma certeza: "são milhares. As ruas ficam cheias de gente, essencialmente proveniente do Alentejo e grande Lisboa". Foi precisamente isso que aconteceu na passada sexta-feira, sábado e domingo.
Este ano, assume o autarca, "para além dos habituais visitantes, gostávamos de receber pessoas do Norte. É que peixe como este não encontram em lado nenhum. E quando se gosta muito de pratos especiais, como os que aqui servimos, vale a pena a deslocação. Eu próprio, quando quero comer lampreia de qualidade, percorro centenas de quilómetros para ir a Sever do Vouga (Aveiro)".