O aluno de seis anos suspenso da escola de Mesquitela, Mangualde, após ter mordido dois colegas e uma professora, poderá regressar às aulas, desde que acompanhado em permanência pela mãe.
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A direção do Agrupamento de Escolas de Mangualde que suspendeu preventivamente o aluno de seis anos da escola do 1.oºCiclo de Mesquitela, com reiterado comportamento agressivo, está a estudar em que condições a criança pode regressar ao estabelecimento de ensino, já que o limite máximo da medida não pode exceder os dez dias.
P. está suspenso desde ontem, depois de na terça-feira ter mordido uma perna de uma colega de nove anos. A mãe da aluna fez queixa junto do agrupamento, que suspendeu o aluno até que fosse visto por um pedopsiquiatra e "adotasse um comportamento que garantisse a segurança aos restantes alunos", justificou, ao JN, o diretor, Agnelo Figueiredo.
A primeira condição pode ser cumprida em tempo útil (dez dias), mas há muitas dúvidas em relação à segunda. "Já hoje [ontem], fizemos diligências junto do Centro de Saúde e da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens para que a consulta possa ser acelerada, por forma a poder ser estabelecido o enquadramento escolar do aluno, mas nada garante que depois adote logo um comportamento normal", reconhece o diretor, Agnelo Figueiredo.
"O menino é humano"
"Uma das condições para o aluno ser reconduzido à escola pode passar por termos um compromisso por parte da família, responsabilizando-a pelo filho durante o tempo de aulas. Podemos pedir o acompanhamento permanente da mãe na sala de aula, durante o dia inteiro", adiantou ao JN o diretor, que considera que a escola não pode permitir que os restantes alunos sejam perturbados ou que não estejam em segurança.
O menino pode ter de ficar afastado da escola por um período superior a dez dias, mas só se a conclusão do processo disciplinar aberto anteontem "resultar numa suspensão de caráter sancionatório", esclareceu.
Revoltados com a suspensão do aluno, três familiares impediram, ontem, a abertura da escola. "O menino é humano como os outros e eu gosto que ele frequente a escola. Não acho direito", lamentou a mãe, Raquel Santos, desempregada e beneficiária do RSI. "Só saímos quando falarmos com o diretor do agrupamento", afirmou a prima, Sandra Simão.
O impasse foi resolvido pouco depois das 9 horas, já com a GNR a identificar os familiares do aluno e com a chegada do subdiretor do agrupamento, Fernando Espinha, que ainda teve de sossegar os restantes pais.
Contactada pelo JN, fonte do Ministério da Educação escusou-se a comentar, remetendo para o agrupamento a gestão do processo.