Universidade do Minho arquivou processo contra funcionário acusado de assédio sexual, por falta de provas.
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A Universidade do Minho (UMinho) arquivou o processo disciplinar contra o porteiro da residência Carlos Lloyd, que, no último ano, foi acusado de assédio por uma aluna da academia. O presidente da associação académica, Duarte Lopes, defende que "a falta de provas não põe em causa a denúncia" e espera que o funcionário não volte a ocupar o seu lugar no alojamento.
"Como não foi considerado culpado por aquilo que aconteceu, o funcionário não pode ser sancionado e a decisão de retorno ao seu local de trabalho depende dele. Mas estamos a dialogar com os Serviços de Ação Social para que isso não aconteça", adianta Duarte Lopes, sublinhando que o regresso do porteiro à residência Carlos Lloyd causaria "desconforto" aos jovens que lá vivem.
"Vamos tentar que os serviços convençam o indivíduo a permanecer onde está", acrescenta o presidente da Associação Académica da UMinho, lembrando que após a polémica rebentar, em novembro do ano passado, o porteiro foi alocado a outra função no Departamento da Ação Social e deixou de ter contacto com os estudantes.
Ouvidas as duas partes
Numa nota enviada ao JN, a reitoria da UMinho confirma que avançou com um despacho, "que determinou o arquivamento do processo disciplinar contra o trabalhador, por falta de prova relativamente à acusação de assédio".
"O processo foi instruído pelos serviços de assessoria jurídica da universidade, conforme as melhores práticas legais e organizacionais, que implicam ouvir as partes envolvidas e proceder à análise das provas apresentadas", frisa o reitor da instituição, Rui Vieira de Castro, lembrando que o endereço eletrónico para denúncia de casos (crise-APsiUMinho@apsi.uminho.pt) continua ativo.
A medida, que se juntou a outras, como reforço de iluminação e câmaras de vigilância dentro do campus de Gualtar, em Braga, surgiu após um protesto que juntou cerca de 300 alunos, à porta da reitoria, no Largo do Paço, em dezembro do ano passado.
Na altura, além do porteiro da residência, houve também relatos de exibicionismo junto a um dos complexos pedagógicos da academia.