Ana Loureiro, da Póvoa de Varzim, precisa de dinheiro para os tratamentos dentários e está a recorrer à plataforma gofound.me. para recolher fundos. Tem problemas na boca desde 2017 e as dores persistem diariamente. "Tenho a esperança de que alguém me ajude”, suspira.
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Ana Loureiro, 40 anos, vive um pesadelo desde 2017, quando lhe arrancaram os últimos dentes do maxilar superior, por se encontrarem em mau estado, e os substituíram por uma prótese que lhe causa dor permanente, e a impede de comer alimentos sólidos, mas que se sujeita a usar por vergonha. Desesperada, não tem condições financeiras para suportar novos tratamentos, pelo que está a fazer uma campanha de recolha de fundos na plataforma gofound.me.
“Sempre tive problemas de dentes. Éramos muitos irmãos, e a minha mãe não tinha possibilidades de nos levar ao dentista”, explica ao JN Ana Loureiro. Os problemas agravaram-se a partir de 2003, quando iniciou um tratamento com antidepressivos. “Os dentes começaram a ficar mais fracos e foram-mos arrancando. Em julho de 2017, tiraram-me os que restavam em cima”, lamenta. Ao ver-se “desfigurada”, recorreu a uma dentista com quem andou na escola.
Confiante que a ex-colega a iria ajudar, a operadora de um posto de combustível fez um crédito bancário de 8750 euros para pagar os tratamentos, mas não conseguiu resolver o problema. “Rejeitei os primeiros e os segundos implantes e, à terceira vez, fez-me qualquer coisa no osso, para conseguir manter os implantes, mas sentia sempre dores”, relata na página de angariação de fundos. Três meses depois, a dentista optou por lhe colocar uma “barra com implantes”. “Foi horrível. Sofri mais com os dentes do que com o parto da minha filha.”
“Já tinha a gengiva podre”
“A partir daí, vivi todos os dias com dores, até que o desespero era tanto que recorri ao dentista da minha mãe, a quem pedi, a chorar, para me tirar tudo. Já tinha a gengiva podre”, assegura Ana Loureiro. Desde então, alimenta-se de sopa, batidos e outros líquidos, pois não tem dentes no maxilar superior para morder e para mastigar. Ainda a pagar o crédito que contraiu para arranjar os dentes, não tem dinheiro para pagar um novo tratamento.
Residente na Póvoa de Varzim, Ana Loureiro tem batido a diversas portas, mas ninguém lhe valeu. Há alguns meses, conseguiu uma consulta no Hospital de São João, no Porto, mas o diagnóstico ainda a deixou mais triste: “Disseram-me que tinha uma fibrose maxilar, em consequência das várias intervenções e de ter sido massacrada com a prótese”.
“Psicologicamente, sinto-me muito afetada, mas tenho a esperança de que alguém me ajude”, afirma. Desde março só conseguiu dois donativos, no valor de 60 euros. “Causa de saúde grave” é o nome da campanha que promove na plataforma gofound.me, na expectativa de voltar a sorrir.