Junta de Salreu lançou campanha para comparticipar cultivo. Particulares, associações, firmas e agricultores unidos garantem produção de 10 hectares.
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A Junta de Salreu, em Estarreja, lançou uma campanha, desafiando pessoas, associações e empresas a apadrinharem o cultivo de arroz, uma forma de ajudar à retoma daquela atividade agrícola na freguesia, recuperar terras abandonadas e aumentar a biodiversidade.
Para já, 14 aceitaram o repto. Entre eles há até "uma brasileira, neta de salreenses", que, apesar de estar do outro lado do Atlântico, viu na iniciativa uma forma de colaborar com a terra dos antepassados, contou o presidente da Junta, Manuel Almeida.
As áreas são distintas, mas, em média, por cada 1000 metros quadrados, os padrinhos pagam 200 euros. O valor destina-se a custear o processo, desde o lavrar das terras à colheita. No final, recebem o arroz que sair da respetiva parcela.
Grupos de carnaval
"Queremos apoiar, porque é importante", diz António Rebelo, d" Os Viscondes, explicando que a ideia entusiasmou os elementos do grupo de carnaval. Aquele arroz irá alimentar os próximos convívios, adianta.
Já o cereal que sair dos 2000 metros quadrados apadrinhados pelo empresário Pedro Marques, natural de Salreu, será distribuído pela família. A parcela que apoia até é da sogra, mas estava ao abandono há anos e, desta forma, voltou a produzir.
Diogo Martins, dentista no Porto, também quis "dar força ao projeto". Nasceu numa freguesia vizinha mantém ali laços de amizade, pelo que apadrinhou 1500 metros quadrados.
A tarefa de fazer renascer a cultura de arroz começou no ano passado, altura em que a Junta pediu aos proprietários de terrenos de pousio que os cedessem e se abalançou, com dois agricultores, no trabalho de os cultivar. Este ano, graças à campanha, a área mais do que duplicou: passou de quatro para 10 hectares (incluindo parcelas apadrinhadas, 2,5 hectares apoiados pela Junta e áreas assumidas pelos próprios agricultores). O trabalho é assegurado por três agricultores, mais um do que em 2020.
A iniciativa vai "incentivar outras pessoas", acredita Carlos Valente, serralheiro mecânico e agricultor, de Canelas, que, este mês, vai lançar semente em Salreu.