O inquérito da Inspecção Geral da Administração Local (IGAL) à Câmara de Felgueiras não deu razão ao funcionário da autarquia que se queixou, em 2006, de "perseguição política", garantiu fonte conhecedora do processo.
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Na decisão da IGAL, já foi homologada por Eduardo Cabrita, secretário de Estado Adjunto e da Administração Local, conclui-se que "não se reuniram evidências de ter havido represália ou perseguição política na mudança de local de trabalho do funcionário".
Em Janeiro de 2006, o funcionário da autarquia, José Carlos Pereira, através do seu advogado, promoveu uma conferência de imprensa na qual acusava a edilidade de perseguição e de tentar obrigá-lo a abandonar uma colaboração que mantinha com o Jornal de Notícias.
Segundo o advogado, a decisão da autarquia decorreria do facto do funcionário ter escrito no referido diário artigos sobre o caso "saco azul".
Duarte Nuno Correia, defensor de José Carlos Pereira, tinha também afirmado que a primeira coisa que a Fátima Felgueiras fez depois de ganhar as eleições foi destacar o funcionário para "um edifício abarracado e insalubre, onde funciona o departamento de veterinária, sem condições sequer para os animais, quanto mais para pessoas".
A propósito deste caso, João Teixeira Lopes, deputado do BE, enviou um requerimento ao Governo, que viria a determinar a acção inspectiva extraordinária à Câmara de Felgueiras.
A inspecção viria a ser ordenada em Abril de 2007, concluindo-se agora que a decisão de mudança de local de trabalho do funcionário decorreu de "reunião conjunta e consensual" entre dirigentes de vários departamentos da autarquia, que mereceu a concordância da presidente Fátima Felgueiras".
Na síntese da inspecção, pode ler-se também que o funcionário nunca prestou serviço no local para onde fora transferido "por apresentação sucessiva de atestados médicos".
O queixoso também informou os inspectores que lhe tinha sido determinada nova mudança de local de trabalho e que o novo "não lhe suscitava problemas de higiene e salubridade".