Candidatos acusam a Câmara de inação e apontam para as desigualdades no território, mas o autarca António Silva Tiago refuta as críticas e rotula a polémica como "fait divers" da campanha.
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Se o presidente da Câmara da Maia e candidato da coligação PSD/CDS, António Silva Tiago, diz que o tema das assimetrias entre as freguesias é um "fait divers" da campanha, os outros candidatos não pensam o mesmo. Francisco Vieira de Carvalho, do PS, diz que os eleitores pedem "mudança" e critica o atual executivo camarário de "falta de transparência".
Associado às assimetrias, o assunto dos transportes também dá que falar. António Silva Tiago promete novidades na mobilidade e o cabeça de lista socialista, à semelhança das outras candidaturas, reclama uma "rede abrangente, de modo a garantir a diminuição dos tempos de deslocação".
O presidente da Câmara entende que os maiatos já estão servidos por uma rede de transportes e de equipamentos, reconhecendo, no entanto, ser necessário "afinar" o sistema para cobrir melhor as necessidades.
Nesse sentido, fala em "duas novas carreiras, entregues à empresa Maia Transportes, que ligarão Águas Santas e Folgosa à cidade da Maia". Também para avançar está um transporte de proximidade, que será feito em "autocarros elétricos, com capacidade entre sete e 18 lugares, para levar os maiatos à farmácia, à junta de freguesia ou ao centro de saúde, entre outros destinos".
Para combater as assimetrias, Francisco Vieira de Carvalho propõe "reuniões da Câmara e da Assembleia Municipal descentralizadas". Fala também no "incentivo à produção local e promoção dos produtos, nomeadamente agrícolas, associado à criação de uma rede de distribuição no concelho, assente em mercados diários, freguesia a freguesia, e também no sistema porta a porta".
Nova visão
Mariana Nina Silvestre, da Iniciativa Liberal, destaca que a "Autarquia tem que criar condições para a fixação de empresas e famílias jovens nas freguesias periféricas".
Por sua vez, André Pedro Almeida, do Chega, considera que a "Maia precisa de uma nova visão, de "sangue novo", para que não continue centrada no desenvolvimento de três freguesias".
Entre as propostas de António Fontes Maia, do PPM, consta a aposta na "digitalização a toda a população", assim como nas "benfeitorias dos arruamentos".
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Luta renhida em 2017
Nas últimas eleições autárquicas, em 2017, foi renhida a disputa eleitoral entre a coligação PSD/CDS, que obteve 40% dos votos, e o PS, que conseguiu 36,6%.
PS desta vez sem JPP
Desta vez, o PS concorre sozinho. Em 2017 esteve coligado com o Juntos Pelo Povo (JPP).
Duas estreias
PSD/CDS, PS, BE e PPM repetem os cabeças de lista. CDU e PAN têm novos candidatos. Chega e IL são estreias.
Elevada abstenção
Na Maia, nas últimas eleições autárquicas, a taxa de abstenção foi de 43,8%. Foi elevada, ainda assim inferior a 2013, que se situou em 49,1%.