A Câmara Municipal de Beja, a Universidade de Évora e a Direção Regional de Cultura do Alentejo assinaram, na manhã desta quinta-feira, um protocolo de colaboração para a salvaguarda e gestão da "Villa Romana de Pisões", infraestrutura localizada a cerca de 10 quilómetros a sul da cidade alentejana.
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Pisões é um local arqueológico classificado como Imóvel de Interesse Público que, durante muitos anos, viveu "na ilegalidade", sem que o seu proprietário fosse conhecido, tendo sido entregue à Universidade de Évora, em fevereiro de 2016.
Nos anos setenta, um arqueólogo fez algumas escavações que permitiram conhecer uma parte urbana, uma residência senhorial, com 48 divisões, um edifício termal e um espólio que contem elementos do século I d.C. até à época visigótica, nunca devidamente publicado. Foi ainda identificado um aqueduto a 250 metros da vedação norte da vila e ainda uma barragem, com um paredão bem conservado.
Após a posse, a Universidade de Évora desenvolveu um plano de ação para a Villa de Pisões, tendo em conta que esta "possui um enorme potencial científico que nunca foi devidamente trabalhado e explorado" e que o sítio arqueológico e a propriedade "têm um grande potencial turístico e patrimonial que urge valorizar e potenciar".
Com o documento assinado esta quinta-feira, as três entidades comprometem-se a desenvolver, nos próximos anos, um programa com três eixos de ação que visa a "investigação e desenvolvimento, valorização patrimonial e divulgação e formação".
João Rocha, presidente da edilidade de Beja, referiu que "este protocolo já deveria ter sido assinado há muito tempo", justificando que "o património é uma riqueza turística que vamos continuar a apoiar".
Por seu turno, Ana Paula Amendoeira, diretora de Cultura do Alentejo, justificou que "tem sido um processo muito atribulado, acrescentando que desde há 20 anos "foram assinados protocolos que estão obsoletos". "O conta-quilómetros está agora a zero", sustentou, rematando que se trata de um trabalho a três "para muitas décadas em prol da cultura e do património".