Há cada vez mais menores a beber álcool em bares e discotecas. Mesmo que a bebida lhes seja negada pelos funcionários, há sempre um amigo já com idade legal para comprar a bebida que resolve o problema. O alerta é da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, que pede mais ações de sensibilização e fiscalização.
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Medidas consideradas necessárias para que os empresários não venham a ser penalizados por situações pelas quais não têm responsabilidade.
"Há espaços que já entregam aos menores cartões ou pulseiras diferentes, para saberem que não podem consumir álcool. Mas depois eles pedem sempre ao amigo mais velho para ir comprar a bebida", explicou António Fonseca, presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), que transmitiu estas preocupações ao novo inspetor geral da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), com quem a associação se reuniu.
Para António Fonseca, é preciso apostar na sensibilização dos jovens e dos próprios pais e encarregados de educação, defendendo campanhas de informação assertivas. "Falta intervenção, é preciso ir ao terreno, Falta informação e ações pedagógicas", sublinha o dirigente. Até porque, muitas vezes o álcool não é comprado em bares e discotecas, mas em espaços como lojas de conveniência. O consumo na rua, consubstanciando o fenómeno do botelhão, recrudesceu com a pandemia e mantém-se. Apesar da insistir na falta intervenção preventiva, António Fonseca também sustenta que os estabelecimentos prevaricadores, aqueles que vendem álcool a quem não podem, devem ser punidos de "forma exemplar". "Quem fizer isso deve ser seriamente punido", assinalou.
Na reunião com o inspetor geral da ASAE, e embora aquela entidade não tenha poder deliberativo sobre a matéria, a Associação de Bares alertou para o aumento da conflitualidade que se tem registado devido ao livro de reclamações nos espaços de animação noturna. "Já houve um caso em que roubaram o livro, outro em que tentaram fugir com ele e também tentaram rasgar", contou António Fonseca. O presidente da ABZHP salvaguarda que os clientes têm o direito de reclamar, mas também neste caso apela a uma campanha de informação para que sejam utilizadas as plataformas digitais disponíveis para o efeito.