Em causa o impacto do fecho da Petrogal. Tutela diz que decisão não afeta empreitada.
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O presidente da Associação Década Reversível (ADERE) e impulsionador do movimento "Diz não ao paredão", Humberto Silva, perguntou ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, se "considera prudente não rever nem reavaliar" o projeto das obras de expansão do Porto de Leixões, já que "o encerramento da refinaria da Galp em Leça da Palmeira (...) afetará profundamente a logística e a situação financeira" daquele equipamento.
A mensagem foi enviada ao governante após o Parlamento ter defendido a suspensão das obras de expansão do porto "até que todos os impactos das intervenções sejam analisados cumulativamente".
A Quercus, por sua vez, aponta falhas à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e insta o ministro da tutela, Matos Fernandes, a reconsiderar a Declaração de Impacte Ambiental favorável à construção do novo terminal de contentores. Humberto Silva questiona também a possibilidade da obra "assentar em pressupostos e estudos de tendências de mercado desatualizados", perante a pandemia.
Ao JN, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação afirma que o encerramento da Petrogal "não tem qualquer relação com a obra", nem prejudica "a sua importância e necessidade", que servirá para "garantir e aumentar a segurança".
A tutela garante que o grupo de trabalho da obra do quebra-mar reúne semanalmente e definiu um conjunto de diligências futuras.
Bóias instaladas para medir agitação marítima
O Ministério das Infraestruturas e da Habitações informou ainda que, no que toca ao possível impacto da obra nos desportos de ondas, "já foram instaladas boias para a medição da agitação marítima durante seis anos e monitorizada a evolução costeira através de levantamentos topo-hidrográficos". Caso se verifiquem impactos negativos, "está prevista a definição de medidas mitigadoras e/ou compensatórias".