O presidente da Câmara de Mangualde, Soares Marques (PSD), corre o risco de perder o mandadato pelo facto de o executivo ter aprovado, em 2004, um loteamento apesar do parecer desfavorável da CCDRC.
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Soares Marques contou que a aprovação do loteamento ocorreu depois de, entre Março e Setembro de 2004, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) ter "ignorado os projectos de loteamento" que lhe tinham sido submetidos, uma vez que o Plano Director Municipal (PDM) estava suspenso por resolução do Conselho de Ministros.
Em Setembro, por proposta do então vice-presidente, Castro Oliveira, o executivo aprovou "uma dezena de projectos de obras e loteamentos", porque entendeu que "entre o silêncio da CCDR e os interesses dos munícipes que há muito vinham reivindicando a legalização dos seus loteamentos", devia decidir-se pelos últimos.
Segundo Soares Marques, a CCDRC "entendia ser necessário para se pronunciar que a Câmara lhe apresentasse um plano de urbanização correspondente à área de suspensão do PDM". "Só que, em nosso entendimento e no de alguns juristas, esta pretensão não era fundamentada em qualquer disposição legal, nem estava nas exigências do Conselho de Ministros", referiu o autarca.
Segundo Marques, a última reunião entre a Câmara e a CCDR ocorreu a 18 de Fevereiro de 2004 e, a partir dessa data, para todos os processos que lhe eram enviados, esta "emitia sempre o mesmo parecer", desfavorável, com o argumento de que não tinham sido enviados elementos que permitissem fundamentar uma decisão.
O autarca referiu que a CCDR "já tinha em seu poder o plano de pormenor envolvente à Avenida da Senhora do Castelo", onde se situa o loteamento que poderá determinar a perda do mandato. Soares Marques considera que este processo, que ocorre "em cima das eleições", tem como objectivo enfraquecê-lo politicamente e, por isso, aproveitou para anunciar que vai recandidatar-se a um quarto mandato.