O presidente da Câmara de Celorico de Basto, José Peixoto Lima, suspeita de mão criminosa em "grande parte" dos incêndios que deflagraram nos últimos dias no concelho, pelo que a Polícia Judiciária está a investigar.
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Em declarações à Lusa, José Peixoto Lima adiantou que, pelas 11 horas, havia quatro incêndios no concelho, três dos quais já em conclusão, mas o fogo que deflagrou na segunda-feira à noite em Caçarilhe e Infesta ainda merece atenção.
Neste incêndio, de acordo com o site da Autoridade Nacional de Emergência da Proteção Civil (ANEPC), pelas 13.30 horas, encontravam-se a combater as chamas 350 operacionais, apoiados por 108 viaturas e dez meios aéreos.
Segundo o autarca, que acionou na terça-feira o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, têm surgido pequenos focos em pontos geográficos diferentes que se supõe serem de origem criminosa, pelo que a Polícia Judiciária se encontra a investigar.
"Não é normal a profusão de ignições que acontecem muitas das vezes muito separadas geograficamente no nosso território", considerou.
José Peixoto Lima afirmou que "um vasto conjunto de meios está a proceder à vigilância e ao controle do território e a própria Polícia Judiciária também está a fazer o seu trabalho".
"Temos câmaras instaladas no território e também decorrem processos de investigação para tentarem verificar a origem dos incêndios. Já não é a primeira vez que somos confrontados com situações desta natureza, com incendiários. Tudo indica que haverá mão criminosa na maior parte deles, não tenho dúvidas", sublinhou.
O presidente da autarquia afirmou que, neste momento "a situação está controlada (...) e não há nenhum incêndio preocupante ou que esteja fora do controle".
"Temos todos os meios instalados no território para atacar qualquer reacendimento. A minha esperança é que, ainda de manhã, com os meios que temos no terreno, estes pequenos focos possam ficar resolvidos", disse.
Em relação ao Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, que irá manter-se "pelo tempo necessário", o autarca disse que foi acionado na terça-feira por "dificuldade de articulação de meios, mas também para dar um sinal de alerta à população".
"A esta hora, a situação parece estar próxima da resolução, mas a meio da tarde, com temperaturas mais elevadas e, eventualmente, vento, tudo pode piorar. Foi isso que aconteceu na terça-feira, no incêndio de Arnoia, que destruiu cerca de 200 hectares de mato e floresta", acrescentou.
A meio da manhã, disse ainda, não havia casas em risco, nem estradas cortadas, mantendo-se, contudo, a destruição de mato e floresta.
Portugal continental está desde domingo e até quinta-feira em situação de alerta, devido ao elevado risco de incêndio.