O presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, vai avançar, na quinta-feira, com uma acção em tribunal para pedir que se cumpra o protocolo celebrado, há três anos, com o Ministério da Saúde, para a manutenção da urgência médico-cirúrgica até à conclusão da auto-estrada transmontana. O edil admite convocar uma manifestação. <br />
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A acção surge depois de a administração do Centro Hospitalar do Nordeste (CHN) ter decidido que, durante o Verão, a especialidade de cirurgia geral só funcionará meio-dia na urgência médico-cirúrgica. A razão invocada é a falta de especialistas devido aos períodos de férias dos 12 cirurgiões que prestam serviço no CHN constituído pelas unidades de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros.
Depois das 16 horas, os casos urgentes de Mirandela terão de ser transferidos para Bragança.
“Isto leva a que a urgência médico-cirúrgica não funcione porque não temos as especialidades obrigatórias”, afirmou o autarca social-democrata, sustentando que Mirandela já não dispõe de Medicina Geral e Ortopedia.
José Silvano acredita que esta medida é “uma machadada” no serviço e que será reavaliado “dentro de poucos meses”. Por isso, garante que vai tomar medidas urgentes. “A primeira será pegar no protocolo assinado e colocá-lo em tribunal para responsabilizar o Ministério da Saúde e quem o assinou pelo seu não cumprimento”, assegura. “Se isto não tiver efeitos, “vou novamente pedir à população de Mirandela que diga a essa gente que está farta e que venha para a rua reivindicar aquilo a que tem direito”, adianta o autarca.
Silvano quer também que a administração do CHN explique à população a razão porque dispensou médicos que faziam urgência naquela unidade hospitalar, entregando a contratação de clínicos a uma empresa privada. O autarca classificou esta medida de “inexplicável para quem há tão pouco tempo defendia o Serviço Nacional de Saúde como um imperativo”.