As novas instalações da Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologias da Produção de Aveiro Norte (ESAN), em Oliveira de Azeméis, deverão abrir em setembro, reforçando a aposta da Universidade de Aveiro (UA) em tecnologias de fabrico rápido.
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Designado como Parque do Cercal - Campus para a Inovação, Competitividade e Empreendedorismo Qualificado, o novo equipamento já foi inaugurado em dezembro, mas só deverá ser ocupado no arranque do próximo ano letivo, após um investimento de cinco milhões de euros por parte da autarquia, que já o cedeu à UA em regime de comodato.
A ESAN poderá assim deixar as instalações que vem ocupando desde 2002 no Edifício Rainha, transferindo-se para um edifício de alta eficiência energética que o presidente da Câmara, Hermínio Loureiro, define como "uma obra de excelência para o ensino qualificado e que irá reforçar a presença do concelho no mapa nacional de municípios universitários".
Martinho Oliveira, diretor da escola, anuncia, por sua vez, que "uma das estratégias que será possível reforçar graças à mudança é a das tecnologias do chamado 'fabrico rápido' ou 'additive manufacturing', que é uma área que está a receber fortes apoios ao desenvolvimento a nível mundial, nomeadamente nos Estados Unidos e na própria Europa".
Hermínio Loureiro garante que isso já será possível "no início do próximo ano letivo", pelo que o Parque do Cercal representa "uma aposta efetiva para o desenvolvimento económico e social de Oliveira de Azeméis".
"O protocolo com a Universidade de Aveiro para ali instalar a ESAN vai permitir transformar o Parque do Cercal num verdadeiro polo de saber", garante Hermínio Loureiro. "Será orientado para o conhecimento científico e tecnológico, caminhando lado a lado com as empresas e indústrias daquele que é, orgulhosamente, um dos concelhos mais exportadores do país", acrescenta.
Martinho Oliveira reconhece que as instalações da ESAN no Edifício Rainha "já estavam, de facto, muito limitadas para o trabalho que aí se pretendia desenvolver, na medida em que o prédio foi concebido como de cariz essencialmente comercial e nele já não se poderia evoluir mais".
Uma vez concluídos "os últimos arranjos que ainda é preciso fazer no Cercal", a mudança implicará a deslocação não só do equipamento que já existia no Rainha, mas também de todo aquele "que foi adquirido pela Universidade nos últimos dois anos".
"Já investimos 1,8 milhões de euros em infraestruturas científicas e tecnológicas", afirma Martinho Oliveira. "Quando esse equipamento estiver instalado, vai potenciar muito mais a nova escola, quer ao nível do ensino, quer ao nível da cooperação com as empresas", explica.
Licenciaturas, Cursos de Especialização Tecnológica e, para substituição desses, os novos Cursos de Técnico Superior Profissional constituirão a parte letiva da ESAN, cuja atividade envolve, paralelamente, diversos programas de Investigação e Desenvolvimento destinados a suprir necessidades das empresas da região.
O trabalho no âmbito do fabrico rápido é, nesse contexto, "uma área estratégica em que a escola já vinha apostando", mas que Martinho Oliveira quer agora "reforçar, no sentido de aumentar a componente de internacionalização" dessa estrutura da UA.