O Município do Porto vai utilizar os telhados de mais de 50 bairros sociais para produzir energia renovável e, assim, contribuir para a redução da fatura de cerca de 30 mil pessoas que moram em habitações sociais.
Corpo do artigo
O projeto, que vai começar até ao final deste ano no bairro Agra do Amial, na freguesia de Paranhos, terá um investimento total de seis milhões de euros. Esta será uma das medidas incluídas no Pacto Porto para o Clima, iniciativa que junta a Câmara a 183 instituições com impacto na cidade.
"Assumimos que queremos que o Porto seja a cidade líder na ação climática a nível nacional e, com isso, antecipar a neutralidade carbónica para o ano de 2030, garantindo uma redução de gases com efeito de estufa na ordem dos 85% e uma garantia de captação de carbono na ordem dos 15%", referiu esta sexta-feira, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, no lançamento da iniciativa, que contou com a presença no ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro.
"O objetivo é que até 2030 todos os edifícios de habitação municipal produzam energia", pode ler-se nos princípios do pacto, estimando que a operação no bairro Agra do Amial "vai permitir produzir energia limpa para 181 habitações e uma escola".
Este pacto vai permitir igualmente que os edifícios particulares venham a ter um apoio de oito milhões até 2030, para assegurar a transição energética através de painéis fotovoltaicos.
Neste caso concreto, o apoio do Município materializa-se através da redução do valor do IMI a pagar pelos proprietários que apostem na produção de energia renovável, estimando-se que "contribua diretamente para a transição energética de cerca de duas mil instalações, capazes de produzirem cerca de 23 MW".
Duarte Cordeiro elogiou "a liderança que o Porto tem vindo a assumir" nesta área, revelando a intenção do Governo em "ser parceiro das Autarquias na aceleração da criação das comunidades de energia", retribuindo, através do Fundo Ambiental, criando um incentivo específico, de 13.500 euros por cada mega volte-ampere instalado nos Municípios".
Aconselhamento
Outro projeto para promover a eficiência e a produção de energia renovável junto da população e de empresas chama-se Porto Energy Hub. No fundo, servirá para prestar "aconselhamento sobre medidas mais adequadas a cada instalação, sejam casas, escritórios ou armazéns". Visa também "aumentar a literacia energética, apoiando no diagnóstico e esclarecimento e, simultaneamente, propor soluções de financiamento para mitigar as questões de pobreza energética das famílias".
Este aconselhamento está desde esta sexta-feira disponível no balcão único do Gabinete do Munícipe.