A baleia-anã, com cerca de quatro metros, que deu à costa na Figueira da Foz, este domingo, estaria morta há mais de um mês e chegou a terra devido à agitação marítima dos últimos dias.
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"Estava no fundo [do mar] e com a agitação marítima foi transportada para terra. Já nem era um animal flutuante", disse à agência Lusa José Vingada, biólogo da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem.
O animal é "um juvenil de baleia-anã", uma espécie "bastante comum" na costa portuguesa e, dentro das chamadas baleias de barbas "a mais abundante e a que vive mais próximo" da costa, adiantou.
De acordo com o especialista da Universidade do Minho, nesta fase, ainda sem exames complementares ao cadáver do animal, não é possível saber o que terá provocado a morte.
No entanto, José Vingada indicou que a baleia "por já não ter barbas e com ossos à mostra" não flutuaria.
A baleia, que começou a ser alvo da curiosidade popular ao início da tarde, como constatou a reportagem da Lusa, está no areal da Figueira da Foz - a maior praia urbana da Europa - junto à zona de rebentação do mar, protegida por fitas da Polícia Marítima.
Deverá ser deslocalizada daquele local nas próximas horas, antes da próxima maré alta, para não ser arrastada para a água.
Já a remoção definitiva para fora da praia deverá acontecer segunda-feira.
"Como o mar vai levantar e se aproximam as festividades da Passagem de Ano na Figueira, não tem nexo nenhum deixá-lo ficar aqui. Se fosse numa praia isolada, que não tem acesso de pessoas, não haveria problema nenhum deixá-lo ficar porque até os próprios animais necrófagos acabam por o comer", argumentou José Vingada.
"Em praias utilizadas pelas pessoas convém que seja removido por uma questão de odores, saúde pública e tudo o mais associado", adiantou.
Ouvido pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, frisou que a autarquia está a tomar "todas as providências para remover o animal" até segunda-feira, em articulação com os biólogos e a autoridade marítima.
Para além da baleia-anã que deu à costa este domingo na Figueira da Foz, a Sociedade Portuguesa da Vida Selvagem registou outro arrojamento de um animal na costa portuguesa, um golfinho, também morto, que deu à costa da praia do Furadouro, em Ovar.