Os muros de proteção aos campos do Baixo Vouga sofreram danos com o mau tempo dos últimos dias e estão a deixar passar a água salgada, estando perdida a produção forrageira de outono/inverno.
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De acordo com a Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA), que reclama uma intervenção urgente para suster a água salgada, "o mau tempo que se tem verificado provocou estragos nos muros de suporte, que evitam a entrada de água salgada nos campos de Canelas e Salreu (concelho de Estarreja), sendo que neste momento as marés têm levado a que a água salgada comece a entrar para os campos".
Grande parte da produção forrageira de outono/inverno encontra-se já perdida, segundo aquela associação, que adverte que, "caso não sejam feitas obras rápidas de recuperação dos muros de suporte, as marés poderão chegar com facilidade até Angeja, provocando a salinização e perda de potencial produtivo de milhares de hectares".
Mesmo sem condições climatéricas adversas, os muros e pequenos diques de proteção, cuja reparação urgente a ALDA agora reclama, há muito que vêm sofrendo o desgaste provocado pela maior amplitude de marés na Ria de Aveiro, tornando improdutivos terrenos agrícolas devido à água salgada.
O dique do Baixo Vouga Lagunar, considerado como solução global para o problema, que permitia o pleno aproveitamento de 12 mil hectares de terras agrícolas, apenas foi construído no seu troço médio, o que continua a permitir a penetração da água salgada que o contorna.
Em 2010 a ALDA enviou um documento à ministra da Agricultura e do Ambiente transmitindo a preocupação dos agricultores e associações agrícolas do distrito de Aveiro com o atraso de 20 anos na conclusão do dique do Baixo Vouga Lagunar