Foi diagnosticada bronquite à criança, no Hospital de Portimão. Receitaram-lhe antibiótico e teve alta.
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O bebé de 11 meses que morreu, na sexta-feira, no Hospital de Portimão, depois de ter estado à espera para ser transferido para o de Faro, onde iria receber cuidados intensivos, já tinha recorrido ao serviço de urgência da mesma unidade hospitalar, dois dias antes. Nessa altura, foi-lhe diagnosticada bronquite, sendo-lhe receitado antibiótico. Os pais voltaram a levar a criança ao hospital, na sexta-feira, devido ao agravamento dos sintomas. O bebé, de nacionalidade britânica, morreria, horas depois, com um derrame do pericárdio.
Segundo fonte hospitalar, na quarta-feira, o bebé terá dado entrada na urgência com queixas de tosse, dificuldades em respirar e secreções nasais. Depois de ter sido diagnosticado com bronquite, acabou por lhe ser dada alta.
Confrontado, no domingo, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) - que integra os hospitais de Portimão, Faro e Lagos - recusou-se a prestar esclarecimentos ao JN, adiantando não estar autorizado "pelos progenitores a dar qualquer nova informação".
O CHUA reiterou, no entanto, que "foram prestados todos os cuidados necessários" e que "todos os recursos técnicos e humanos, na unidade de Portimão, estiveram disponíveis e foram empregues adequadamente".
Na segunda ida à urgência, na sexta-feira, com o estado de saúde do bebé bastante agravado, a equipa médica que o atendeu optou por o transferir para o Hospital de Faro, onde iria receber cuidados intensivos pediátricos, apesar de a Urgência Pediátrica daquela unidade estar encerrada, por falta de médicos. Mas a ambulância especializada em transportes pediátricos inter-hospitalares encontrava-se inoperacional, também por falta de um médico.
Depois de várias soluções equacionadas, o INEM optou por acionar o envio do helicóptero de Loulé, ainda que sem uma equipa especializada naquele tipo de transportes pediátricos. Estando a de Faro inoperacional, essa equipa só existia em Lisboa - mas estava ocupada -, em Coimbra e no Porto.
Após ser preparado pela equipa médica de Portimão, a criança foi colocada no helicóptero. No entanto, devido ao agravamento do estado de saúde, o meio aéreo viu-se obrigado a regressar ao hospital, onde o óbito do bebé seria declarado, pouco depois.
A saber
INEM descarta abertura de inquérito
O INEM alega que não houve falhas e, por isso, descartou, logo no dia seguinte à morte do bebé, a abertura de um inquérito sobre o caso. Ontem, o Ministério da Saúde também afirmou que " todos os meios clínicos e técnicos foram colocados à disposição, em articulação permanente com o INEM".